Com certeza sou suspeito para falar sobre João Luis Costa Oliveira,
cursamos o ginasial juntos de 1971 a 1974. Tivemos os mesmos mestres, acho que
assim a gente entende melhor o seu depoimento provocado por um comentário que
fiz no site de relacionamentos Facebook. Lá falei sobre os perfis oficiais da
Prefeitura de Barra do Piraí no Facebook, que, supostamente, estariam sendo
utilizados por terceiros de forma criminosa.
Este texto abaixo me foi enviado agora pela manhã por João
Luis, que o endereça também ao assessor de imprensa da Prefeitura de Barra do
Piraí, Sidcley Porto, o “Dugão”, outro grande brother que atuou no meu antigo
jornal, o JBP, durante vários anos.
Leiam com atenção.
Jefferson Castro e “Dugão”:
Apenas a título de esclarecimento, sem nenhum objetivo de
culpar ou inocentar quem quer que seja, vejo-me na obrigação de prestar algumas
informações, quanto a hipótese de alguém não autorizado estar utilizando o Facebook
da prefeitura. Ou ter utilizado.
Vamos ao meu depoimento:
“O ano de 2013, ao contrário do que todos esperavam,
politicamente começou conturbado, estressante, polêmico e perigoso. No ponto de
vista de alguns barrenses a cidade virou um grande aquário e seus habitantes
alguma espécie de traíra ou equivalente.
Para o Maércio, e nós que fazíamos parte de sua equipe, o
ano “começou” com uma enorme seca e falta de água nas torneiras, seguida de
tromba dágua na Califórnia e da cassação do próprio Maércio. Tudo isso antes
que seu segundo mês de governo terminasse. Sua prematura e rápida cassação –
por apenas 2 dias – foi suficiente para entornar um caldo que já estava
azedando. Os que foram nomeados pelo Maércio e não exonerados pelo Pastor
Monteiro passaram a carregar o titulo de “filhos da &*¨%* e outros
adjetivos do mesmo naipe. Devo ressaltar que essas colocações nunca saíram do
Maércio, mas de alguns admiradores políticos que ousaram falar como se essa
fosse a opinião dele.
O ambiente na Prefeitura para todos ficou um grande campo minado. Funcionários ou comissionados. Qualquer
passo, em qualquer lugar, detonava uma bomba. Detonava alguém.
E em abril veio a segunda e última cassação do Maércio, uma
reviravolta maior ainda, principalmente porque desta vez o Pastor Monteiro
trouxe sua tropa de elite (ou de choque?) e embolou o que já estava enrascado.
Com relacionamentos estremecidos, formaram-se quatro times dentro da
prefeitura: o do Zé Luiz, o do Maércio, o do Pastor Monteiro e o do Mário
Esteves. Mesmo que isso não fosse fato, passou a ser verdade. Cito meu caso:
tenho excelente relacionamento com o Zé Luiz (que me levou para a Prefeitura);
com o Maércio (que também me escolheu como integrante de sua equipe), com o
Pastor Monteiro (que optou por não me exonerar) e com o Mário Esteves (que
conheci quando de sua primeira candidatura a vereador). Todos os quatro sempre
me respeitaram como ser humano e profissional. Nunca nenhum deles citou de
forma direta ou indireta que meu relacionamento com os demais era
inconveniente. O mesmo não posso dizer de alguns ocupantes de cargos nesses
governos ou mesmo apenas simpatizantes de um ou outro. Nesses longos e
exaustivos oito meses deste ano na prefeitura, era comum alguém me pressionar
dizendo que me viu conversando com............ e que não sei quem não gostaria
de saber disso.
Estou falando por mim, mas posso enumerar dezenas de outros
colegas que passaram pela mesma situação.
O simples fato de você adicionar no Facebook um simpatizante
de qualquer candidato já “gerava relatórios”.
Pois muito bem, e nesse ambiente, no inicio de abril, o
vereador Rafael Couto foi nomeado Secretário de Governo do Pastor Monteiro. Eu
ocupava a função de Assessor de Comunicação, um departamento gerido por esta
secretaria de Governo. No primeiro momento eu e meus outros quatro colegas de
setor nos apresentamos ao Rafael, explicamos a função de cada um e a razão da
existência do Setor de Comunicação. Saliento que isso se fez necessário porque
não conhecíamos pessoalmente o Rafael e ele ainda estava se habituando com seu
cargo, suas obrigações e responsabilidades.
Feito isso, EU, João Luis Costa Oliveira, no desempenho de
minhas funções, expliquei ao Secretário que a Prefeitura possuía um perfil no Facebook
e que o mesmo, desde sua criação, sempre foi alimentado e gerido pelo próprio
gabinete e não pela comunicação e que a pessoa que o havia criado (para a
prefeitura) não fazia mais parte dos quadros de funcionários, o mesmo
acontecendo com seu substituto.
Em sendo assim, a página estava completamente desatualizada.
Diante do fato o secretário Rafael autorizou-me a atualiza-lo e pediu ao
Emerson (Mersão) que desbloqueasse o mesmo para que eu cuidasse desse face.
Recebi as senhas imediatamente e postei apenas 2 ou 3 notas
pequenas. No mesmo dia (não lembro exatamente quando, mas foi algo entre 6 e 10
de abril), ao final do expediente, quando fui atualiza-lo, verifiquei que as
senhas haviam sido alteradas. As que eu possuía não me davam mais acesso a
página. Imprimi tudo que aparecia na tela sobre a questão (o face informando
que a senha estava incorreta, etc, etc etc) e conversei com o Rafael e o Mersão
sobre o que havia ocorrido, recebendo determinação do Rafael, que depois de
analisar a questão com a Procuradoria da prefeitura, registrasse essa
ocorrência na 88 DP, explicando todos os detalhes., mesmo sem pistas sobre quem
teria praticado esse crime virtual.
Bom ressaltar que usar o nome do poder público sem autorização
também é crime, com punições previstas em lei.
Eis a história e quase ponto final na historia.
Conversamos (nós, da Comunicação) com o Rafael para chegar a
um denominador comum se era útil ou não a Prefeitura criar um novo perfil. E
chegamos a seguinte conclusão: criar um Face e impedir que o cidadão
registrasse seus comentários seria uma covardia e não justificaria a existência
desse importante canal de comunicação.
Por outro lado, com tanto descontentamento na cidade (até
hoje), seria temerário deixar uma página aberta e correr o risco de algum ânimo
exaltado postar comentários desnecessários.
Diante desse impasse, EU, por livre e espontânea vontade,
decidi não mais usar uma pagina no face book para postar matérias da
Prefeitura. O que aconteceu até 31 de Agosto, quando fui exonerado.
Dugão e Jeff: não sei o que vocês pretendem fazer ou como
fazer com este esclarecimento, mas o julguei necessário porque me pareceu que
esse enredo todo, da maneira como divulgado, tenha ocorrido na administração
Jorge Babo, o que seria uma inverdade.
E como nós, que fazemos da comunicação uma maneira honesta
de sobreviver financeiramente, tenho certeza que a nota será utilizada como
deve. Apenas a titulo de esclarecimentos e nunca para levantar dúvidas desnecessárias.
Parabéns a ambos pela qualidade do trabalho desenvolvido e
ao dispor para eventuais esclarecimentos complementares. Caso queiram.
Do amigo
João Luis C Oliveira
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