terça-feira, 15 de outubro de 2013

A revolta das cartolinas

Eu vou me esforçar para tentar chegar o mais perto possível da verdade sem ferir direitos.  A manifestação agendada através do site de relacionamentos Facebook para a tarde desta terça-feira (15), em Barra do Piraí, provocou ações e reações completamente inusitadas. Misturando interesses pessoais, políticos e comunitários, foi realizado um acalorado debate em praça pública entre manifestantes, prefeito Jorge Babo (PPS) e dois vereadores, Pastor Brum (PR) e Pedrinho ADL (PRB).
Por volta das 19 horas, quando os manifestantes se posicionaram ao redor do obelisco da Praça Pedro Cunha, no Centro da cidade, para aplaudirem os discursos acalorados dos primeiros oradores, o prefeito Jorge Babo chegou acompanhado de alguns assessores criando um clima de muita expectativa, já que o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas, Bruno Barbosa da Cruz; a ativista ecológica Kátia Winter e a ativista do movimento LGBT barrense, Alessandra Oliveira, não pouparam nos adjetivos e nos temas polêmicos ao microfone, como exemplos mais brandos: “quem manda na prefeitura é a esposa do prefeito?”, “chega de roubalheira na Saúde!”, “não queremos o fechamento da clínica médica do Maria de Nazareth!”, “servidores estão passando fome!”, “você prometeu governar com gente da cidade e sua secretária de Saúde é de Barra Mansa!”, “sua esposa nomeou uma assessora de Engenheiro Paulo de Frontin que pagou curso para o filho dela com dinheiro público!”, enfim, o prefeito de Barra do Piraí, que não fugiu do povo, é importante frisar isso, ouviu atentamente tentando explicar o inexplicável, já que o momento não era nem um pouco favorável a qualquer tipo de explicação.
Da Praça Pedro Cunha os manifestantes seguiram em direção a Câmara de Vereadores, na Praça Nilo Peçanha, também no Centro. Ao chegarem, os manifestantes encontraram o vereador Tim (PRP) saindo apressadamente do local em seu veículo. A atitude do vereador insuflou novos discursos e promessas de ocupação da Câmara, repetindo, de forma ainda mais acalorada, os mesmos adjetivos e temas polêmicos da Praça Pedro Cunha.
O primeiro a tentar explicar as contas especiais abertas na Saúde pelo então prefeito interino Pastor Monteiro (PRB), foi o vereador Pedrinho ADL (PRB), que exibindo documentos sobre a investigação foi impedido de falar pelos manifestantes que exigiam a presença dos quinze vereadores. O estudante Bruno acusou Pedrinho ADL de na tarde de hoje tentar convencê-lo a não participar da manifestação agendada pela internet.
O segundo vereador a sair da Câmara foi o Pastor Brum, que pode falar, revelando, que o prefeito Jorge Babo pediu mais 30 dias para enviar um relatório minucioso sobre a aplicação dos R$ 10 milhões aprovados no Legislativo para o setor de Saúde.
Bem, após este resumo, minha opinião é que a falta de transparência está desnorteando os políticos e o povo em Barra do Piraí.
Não há orador no mundo capaz de explicar o que não possui explicação, o que não foi colocado antecipadamente com clareza. Sem prestar contas ao povo sobre seus atos, os políticos se colocam a disposição das “enes” interpretações, que nem sempre são as corretas e justas. Tomemos como exemplo o caso do fechamento da clínica médica no Hospital Maria de Nazareth.  No primeiro momento qualquer fechamento de uma clínica médica é abominável aos olhos do povo. Estavam lá funcionários do hospital defendendo o não fechamento, muito justo, mas, é preciso explicar porque os diretores do hospital receberam R$ 405 mil para realizar exames, terceirizando, ilegalmente, os serviços para a empresa Astral, que por sua vez repassou a responsabilidade para outra empresa, tudo sob a batuta do ex-secretário Alexandre Cardoso, que mora na Barra, só que da Tijuca, no Rio.
Segundo informações a Secretária de Saúde quer transformar o Maria de Nazareth num hospital especializado em obstetrícia e pediatria. Quem é capaz de dizer que não é bom para um município possuir um hospital exclusivo para gestantes, bebes e crianças? Já falei sobre isso e vou repetir: o que se faz necessário é transparência, uma planilha explicando quanto será investido no Maria de Nazareth mensalmente para proporcionar atendimentos condizentes com os direitos constitucionais das gestantes, bebes e crianças, dando aos funcionários a tranquilidade para exercerem dignamente suas atividades no hospital.
A Secretária de Saúde acredita que o melhor local para a clínica médica é a Santa Casa? É preciso que ela explique porque e quanto vai gastar lá mensalmente para que a clínica médica atenda ao povo. Não é se trancando num gabinete achando que é a dona da cocada preta que ela vai conseguir implantar seus projetos na Saúde de Barra do Piraí sem provocar revolta, já que todos pediram hoje ao prefeito Babo a sua saída da pasta.
Então, ainda que a democracia no Centro de Barra do Piraí tenha sido o ponto alto da manifestação, sou levado a concluir que sem transparência os políticos estarão sempre errados, já que sem transparência os políticos induzem o povo a abraçar causas sobre as quais não possui qualquer tipo de conhecimento.
E assim, as mesmas cartolinas que elegeram Jorge Babo, voltaram às ruas revoltadas em seu segundo mês de mandato como prefeito de Barra do Piraí.

PMs e GMs acompanharam curiosos e atentos muito mais aos debates do que na segurança, já, que, repito, foi uma manifestação democrática, meio que atabalhoada, mas, brilhante, é assim mesmo, todos vão amadurecendo e enxergando melhor  as questões.

REGISTROS FOTOGRÁFICOS









Um comentário:

  1. Esqueceram de mencionar que o pastor da igreja Batista do Rio que veio p/ Barra com a ajuda do Dr. Alexandre ex secretário de saúde,ficava ameaçando funcionários na secretária.Tentou comprar um funcionário de carreira e como esse não aceitou entrar no jogo,sofreu fortes ameaças perguntando se o mesmo não tinha familia.Conheço o funcionário e sei que é um grande profissional,homem honrado e um exemplar chefe de familia.Na época que a quadrilha estava instalada na secretária de saúde,a esposa do funcionário que é muito minha amiga,comentou que o marido estava sofrendo pressão pelos bandidos que estavam comandando a secretária sem nenhuma fiscalização.

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