quinta-feira, 17 de abril de 2014

Quanto em dinheiro público é gasto no Hospital Maria de Nazareth?

A minha tentativa de informar aos leitores de forma superficial os valores, principalmente, públicos, que circulam nos hospitais em Barra do Piraí, esbarrou na primeira muralha criada para esconder de todas as maneiras como é empregada à verba da SMS (Secretaria Municipal de Saúde).

Após o primeiro encontro com a diretoria da Santa Casa, que abriu o jogo sobre suas receitas e despesas, no Hospital Maria de Nazareth, os diretores Márcio e Manoca arrumaram mil desculpas para evitar o encontro comigo e consequentemente algumas perguntas, que a bem da verdade, deveriam ser obrigatórias haja vista que estamos falando sobre um hospital recentemente auditado por suspeitas de internações clínicas e cirúrgicas “fantasmas” e também por denúncias sobre valores, supostamente, recebidos em dinheiro e sem recibos de pacientes do SUS. Por causa dessas denúncias a ex-secretária de Saúde, Sheila Filgueiras, abriu uma sindicância que foi parar na lata do lixo após a sua exoneração.

Não faz muito tempo que nós ouvíamos falar sobre os problemas financeiros no Hospital Maria de Nazareth, até mesmo os salários e honorários médicos atrasavam. E foi assim que surgiu a maravilhosa panaceia em administração de hospitais locais conhecida como gestão compartilhada com a Secretaria de Saúde de Barra do Piraí. Então, todos os problemas desapareceram como num passe de mágica e com a chegada de um diretor nomeado pela secretária de Saúde, tudo está devidamente camuflado para esconder a realidade da população sobre verbas públicas da Saúde.

Estou apurando e vou procurar o médico Tufi Melhem, antigo diretor. Não sei se ele vai querer falar, mas, soube que Tufi deixou R$ 1,5 milhão em caixa e que foi proibido até de entrar no Hospital Maria de Nazareth.

Vou procurar também o vereador Pedrinho ADL, que preside a comissão de Saúde na Câmara para ver se eu consigo da publicidade ao destino da verba pública, assim como determina a Constituição Federal.

Não é preciso me receber se não quiserem.  Também não é de meu agrado.


Podem informar pelo email Jeff.bp@terra.com.br.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Copa 2014


Andres Sanches acabou de dizer que o Corinthians não tem culpa se os torcedores brigam e que o clube não pode ser responsabilizado se no Brasil só tem bandidos, inclusive ele, é claro.

Central Parque prossegue tirando o sono dos compradores

Há pelo menos 6 meses o Juiz de Direito, Dr. Hindenburg Brasil - sobre quem eu já ouvi falar muitíssimo bem! - oficiou à Delegacia de Polícia e ao Ministério Público para as devidas apurações no caso Central Parque e até hoje nenhum retorno dos órgãos acionados foi dado.

Seis meses! Fazem seis meses que o Dr. Hindenburg Brasil oficiou a DP e o MP e enquanto isso muita gente, mas muita gente mesmo, se desespera com perdas em valores que representam suas vidas inteiras.



Existe a hipótese de amadorismo, não afasto, mas, existe a de golpe também, que fica bastante acentuada quando se pode ler no cartaz do empreendimento os financiamentos da Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, sem qualquer convênio entre o empreendimento e o programa federal.

Um comprador me disse que acreditou porque o advogado do empreendimento era também Procurador da Prefeitura de Barra do Piraí.

Eu acho que agora vai andar.

No Brasil é assim, não adianta encontrar o "monte", tem que atirá-lo em direção contrária ao ventilador.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Transparência: quanto a Santa Casa arrecada e gasta mensalmente?

Waldyr Adão, Lúcia Teixeira e Rudney Moreira.

Já que a Saúde é sempre prioridade nos palanques, não custa conhecer os hospitais e hoje eu fui até a Santa Casa de Barra do Piraí – Casa de Misericórdia Santa Rita de Cássia.

Recebido pelo provedor e médico Rudney Dantas Moreira, gestor Waldyr de Castro Adão e tesoureira Lúcia Teixeira dos Santos, pude conhecer um pouco sobre os valores que circulam no maior hospital de Barra do Piraí, privilegiado em localização, espaço físico e acomodações, que poderiam ser melhores exploradas se houvesse mais investimentos do poder público. Não há um hospital sequer na capital fluminense que tenha condições de superar a Santa Casa de Barra do Piraí em localização, espaço físico ou acomodações.

Com dezessete apartamentos, cinquenta e seis leitos distribuídos em treze enfermarias, sete leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI), centro cirúrgico e salas para prestações de serviços de laboratório, raio X, tomografia computadorizada, hemodiálise, endoscopia digestiva, fisioterapia, mamografia, cardiologia e oftalmologia, isso sem citar as grandes áreas da Unimed e Polo de Emergência, a primeira, alugada pela diretoria do plano de saúde  e a segunda cedida gratuitamente para a Prefeitura de Barra do Piraí, a Santa Casa possui orçamento muito aquém daquele que poderia proporcionar a saúde dos sonhos barrenses.

Será que o poder público municipal não pode custear esta saúde tão sonhada?

Tenho  muitas dúvidas, ainda mais quando se descobre que um hospital com tais dimensões e tamanha importância possui acanhado faturamento médio mensal de R$ 650 mil contra uma despesa quase do mesmo tamanho, em torno de R$ 600 mil.

Com cento e sessenta funcionários divididos entre 70% na área de Saúde e 30% na administrativa, a Santa Casa gasta mensalmente cerca de R$ 280 mil entre salários, encargos e direitos trabalhistas; em materiais de consumo, alimentação, medicamentos, manutenção de aparelhos e diversos são mais R$ 100 mil; honorários médicos somam cerca de R$ 150 mil; mais parcelamento com a Light S/A no valor de R$ 23 mil; empréstimo bancário para pagar 13º salário com parcelas de R$ 10 mil; tarifa de energia elétrica na casa dos R$ 24 mil; conta de telefone R$ 3 mil; taxa de água 2 mil e só até aqui eu já somei R$ 592 mil, que não me parecem despesas astronômicas quando se ouve, lê e vê o prefeito dizer que vai tentar economizar R$ 1,2 milhão em aluguéis mensais, que muitas das vezes servem muito mais ao locador amigo do que ao locatário público.

As receitas em torno de R$ 650 mil mensais da Santa Casa são divididas entre repasses federais e municipais mais as receitas faturadas e não recebidas - cada mês faturado é recebido integralmente num prazo de 45 a 60 dias.

Essas receitas são provenientes das chamadas contratualizações do SUS (repasses federais); atendimentos pelos planos de saúde, terceirizados e particulares, que somados chegam a R$ 500 mil mensais em média, mais os repasses da Prefeitura de Barra do Piraí ao plantão (verba de sobreaviso de cirurgia) no valor de R$ 88 mil; UTI no valor de R$ 30 mil e oxigênio no valor de R$ 40 mil, total de R$ 158 mil.

Mas, o que são R$ 158 mil mensais para uma prefeitura que tentou no mês passado contratar um diretor por R$ 15 mil mensais só para colocá-lo dentro da Santa Casa como o suprassumo da gestão em hospitais?

O provedor, o gestor e a tesoureira disseram-me que não aceitaram a ingerência direta do poder público na gestão da Santa Casa, até porque a presença de um superdiretor sem investimentos não melhoria em nada os serviços prestados pelo nosocômio, que nada mais é do que uma palavra esquisita sinônimo de hospital.

O Polo de Emergência é um espaço físico cedido gratuitamente pela Santa Casa à Secretaria Municipal de Saúde, que administra e bem que poderia contar pra gente sobre os valores gastos por lá. Eu vou perguntar, mas, antes vou dar uma passada no Maria de Nazareth e Cruz Vermelha para saber quais são os valores que entram e saem mensalmente dos hospitais.

Com transparência fica mais fácil entender.

Ah... eu perguntei também sobre os índices de mortalidade na Santa Casa e fui informado que hoje eles se encontram no patamar de 2,89%, dentro do tolerado pela  OMS (Organização Mundial de Saúde). Só para vocês terem uma melhor ideia, no hospital Albert Schweitzer, no Rio, o mesmo índice é de 12,3%.

domingo, 13 de abril de 2014

Menores infratores representam riscos aos funcionários e bebês abrigados na Caju

Funcionários da Caju (Casa da Juventude de Barra do Piraí), instituição sem fins lucrativos considerada de utilidade pública nas esferas municipal, estadual e federal, que foi fundada como abrigo para menores num casarão da Avenida Cecília, próximo ao Centro da cidade, vivem momentos complicados.

Responsáveis por menores carentes e infratores, vários funcionários reclamam da insegurança, principalmente, no turno da noite. Na semana passada um menor fugiu da instituição e assaltou uma senhora na Rua Aureliano Garcia, conhecida como Rua da Estação, no Centro de Barra do Piraí. O menor foi detido pelos policiais militares, encaminhado até a 88 DP e, após o registro da ocorrência, foi reconduzido para a Caju, onde permanecerá até quando ele quiser, já que se torna impossível aos funcionários impedir que o menor, temido na instituição e líder de um grupo de menores, saia para assaltar ou cometer outros delitos quando ele bem entender.

Além dos evidentes riscos às integridades físicas e até as vidas dos funcionários, os menores infratores abrigados na Caju representam também enormes riscos aos menores carentes que aguardam adoções. Existem bebês na instituição, o que agrava ainda mais a questão. Já foram registrados casos de tentativas de agressão de um bebê e até de rebeliões.

Na semana passada dois meninos tocaram a campainha de madrugada e quando atendidos avisaram que matarão um menor infrator que roubou uma mobilete; uma menina querendo usar drogas pegou uma barra de ferros pra agredir educadores e – pasmem! – um menor infrator jogou um prato com mingau quente no rosto de um bebê.

Presidida pela enfermeira aposentada Maria Aparecida da Silva, que tem como vice-presidente a advogada Tânia Maria Pereira Morais, a Caju espera decisão do governo municipal, já que o atual mandato se encerrou e Maria Aparecida e Tânia Morais permanecem nos cargos provisoriamente até que o poder público municipal decida sobre o futuro da instituição.

Os funcionários confirmaram que a carne enviada para alimentação na Caju segue o péssimo padrão de qualidade denunciado por mim na merenda escolar.

É apenas uma pequena parte da vida desses menores em Barra do Piraí. Infelizmente, pequenos seres que só se tornam visíveis à sociedade quando cometem atrocidades, que, invariavelmente, são acompanhadas de gritos por justiça e redução da idade penal.

Ninguém grita que é preciso assumir a responsabilidade por eles de forma séria e eficaz.


quarta-feira, 9 de abril de 2014

Composições da MRS e Supervia se chocam no subúrbio carioca

Após o meu post sobre o acidente com composição da MRS Logística S/A em Arantina  (MG), fizeram boneco vodu com meu nome e amarraram na linha do trem.

E agora será bem pior porque eu soube que chefes da empresa, querendo aumentar o tamanho das composições tomando como exemplo a Ferrovia do Aço, onde as locomotivas chegam a puxar 200 vagões numa malha ferroviária sem altos e baixos e sem curvas acentuadas, promoveram mais uma trapalhada “arrebentando” a sinalização e paralisando várias composições, uma no Centro de Barra do Piraí.

Estou tentando avisar que não só podem como devem aumentar os lucros através da produtividade, mas, essa crescente evolução profissional, técnica e tecnológica não pode caminhar no limiar entre a responsabilidade e a irresponsabilidade.

E nada como um dia após o outro para mostrar que a ferrovia - abandonada pelos governos brasileiros para fortalecer a rodovia, que mata pessoas, mas, vende caminhões – enviou mais um alerta com o acidente desta manhã (quarta-feira, dia 9) entre um trem de passageiros da Supervia e uma composição de ferro gusa da MRS.

O acidente aconteceu próximo às estações de Barros Filho e Costa Barros, no subúrbio carioca.

As empresas informaram que investigações foram iniciadas para apurar as causas de mais um acidente, que dessa vez deixou passageiros feridos, por obra divina, sem gravidades.

A Agência Reguladora de Transportes do Estado do Rio de Janeiro também informou que um procedimento foi aberto para apurar as causas do acidente.

Tenho vários amigos maquinistas e os relatos são sempre parecidos: monoconduções, cargas horárias excessivas; ordens de quem não sabe nada sobre ferrovias e a famigerada busca pela produtividade são fatores que podem provocar grandes acidentes como em Arantina, onde o prejuízo da MRS superou a casa dos R$ 100 milhões.

Então, ao invés de ser acusado como um jornalista que tenta desmoralizar a empresa, eu deveria ser elogiado por tentar demonstrar aos executivos da empresa, onde eles precisam investir para evitar erros graves.

Quem avisa amigo é!


domingo, 6 de abril de 2014

MP investiga Postos de Saúde em Barra do Piraí

Tô de olho!

Um inquérito civil público aberto pela Promotoria de Direitos Difusos com sede no bairro do Matadouro, provocou uma vistoria do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) em três postos de saúde de Barra do Piraí.

No posto de saúde do bairro do Carvão não foram encontradas as janelas do imóvel. Local insalubre e atendimento médico precário.

No posto de saúde do bairro da Ponte Vermelha, que também atende a Roseira, foram encontrados remédios com datas vencidas, local insalubre e atendimento médico precário.

No posto de saúde do bairro Parque Santana o banheiro está interditado e imundo. Local insalubre e atendimento médico precário.

Nos três postos de saúde não existem materiais de higiene e ambulatório.

A ação provocada pelo Ministério Público corre em segredo de justiça.

Por outro lado a Vigilância Sanitária de Barra do Piraí saiu em campo para fiscalizar os consultórios médicos e odontológicos. Está sendo exigido que a prescrição dos medicamentos não seja feita na mesma sala onde o atendimento é realizado. Desconheço lei ou código que obriga o procedimento e por isso não discuto a exigência dele, prevejo, apenas, que muitas salas para atendimentos, ou até mesmo antessalas para recepção, sejam divididas ao meio, já que a maioria dos consultórios médicos ou odontológicos é formada por sala para atendimentos e antessala para recepcionar pacientes.

Em casa de ferreiro o espeto é de pau, diz o dito.

sábado, 5 de abril de 2014

CARGA HORÁRIA EXCESSIVA, FALHA EM PROCEDIMENTO, AUMENTO DOS LUCROS E DESPREZO PELA VIDA SÃO AS CAUSAS DO ACIDENTE DA MRS LOGÍSTICA S/A NA SERRA DE ARANTINA

Assustadora a verdade sobre o acidente com a composição da MRS Logística S/A na Serra da Arantina, no Túnel dos Cabritos, na linha férrea ramal Minas Gerais, que corta o município de Arantina.

Duas locomotivas à frente de uma composição com 131 vagões carregados com minério de ferro, pesando, aproximadamente, 12 mil toneladas. Atrás, uma locomotiva que auxilia na condução da carga e é controlada pelo maquinista responsável pela composição que transporta o minério de ferro de Águas Claras, Minas Gerais, para a Ilha de Guaíba, na Costa Verde fluminense, passando por Barra do Piraí.

Após passar pelo Túnel dos Cabritos o maquinista cumpriu o procedimento da empresa parando a composição no semáforo vermelho para efetuar a manobra chamada locotrol. Esta manobra consiste em retirar ou acoplar locomotivas para a condução adequada na descida da serra sentido Volta Redonda.

Então o maquinista prosseguiu o procedimento determinado pela MRS Logística, que era:
Desengatar as duas locomotivas da composição com 131 vagões mais a locomotiva da traseira, seguir até o pátio na cidade de Bom Jardim para buscar mais duas locomotivas que auxiliariam na descida da Serra de Arantina.

Antes de desengatar as duas locomotivas da dianteira o maquinista configurou por controle remoto a condição de “espera” no computador de bordo da locomotiva da traseira. Esta condição de “espera” consiste em enviar para a locomotiva da traseira, que permanece engatada aos 131 vagões, um sinal via satélite que aciona o sistema para controlar os freios e manter a força motora necessária para paralisar toda a composição até que o maquinista retorne com quatro locomotivas de Bom Jardim para finalizar a manobra e descer a serra com segurança.

Dentro do túnel dos cabritos existem fibras óticas que transmitem os sinais via satélite, só, que, devido às chamadas zonas mortas, o sinal transmitido corretamente pelo maquinista para deixar a composição parada naquele local não foi recebido pelo computador de bordo da locomotiva controlada remotamente.

Sem condutor a locomotiva e os 131 vagões carregados com minério de ferro começaram a descer a Serra de Arantina aumentando gradativamente a velocidade.

Uma segunda composição formada por duas locomotivas e mais 134 vagões carregados de minério de ferro, que era conduzida também por somente um maquinista, manobrava no trecho para repetir o mesmo procedimento chamado locotrol.

Uma terceira composição também com um maquinista no comando de uma locomotiva e 134 vagões aguardava o mesmo procedimento com a finalidade descer a Serra de Arantina.

Com exclusividade ouçam abaixo o desespero no Centro de Controle Operacional da MRS Logística na cidade de Juiz de Fora, onde os operadores conversam com os maquinistas das três composições sobre o iminente acidente que aconteceria na descida da Serra de Arantina. Percebam que a preocupação com as locomotivas superou a preocupação com a vida dos maquinistas após a colisão que derramou grande quantidade de óleo diesel e minério de ferro na natureza.


No áudio exclusivo do Blog do Jeff Castro é possível ouvir quando o maquinista da terceira composição avisa que vai pular do trem em movimento e em rota de colisão com a composição desgovernada. Pode-se ouvir também o maquinista que fez a manobra locotrol no semáforo próximo ao túnel dos Cabritos dizer: “se tivesse com o procedimento antigo de recuar pra fora e parar nada disso tinha acontecido, já estava escrito que isso ia acontecer”.

O que seria este "recuar pra fora" no áudio do maquinista?

O antigo procedimento retirava a composição inteira do túnel dos Cabritos para realizar a manobra locotrol.

ATUALIZANDO COM POSTAGEM DE VÍDEO - 09/04/2014 - 23:32

Cópia de segurança feita porque eu suspeitava que o autor do post sobre o acidente no YouTube iria apagar o vídeo de seu mural. A qualidade do vídeo não é boa mas serve para garantir a matéria publicada no Blog do Jeff Castro.




CARGA HORÁRIA EXCESSIVA, FALHA EM PROCEDIMENTO, AUMENTO DOS LUCROS E DESPREZO PELA VIDA COMO PRINCIPAIS CAUSAS DO ACIDENTE NA SERRA DE ARANTINA

Vamos à rotina do maquinista condutor da composição que provocou o acidente.

No dia 1 de abril ele se apresentou por volta das 6 horas no pátio de Bom Jardim (MG). Passou pelo procedimento do bafômetro e ficou cerca de 3 horas aguardando uma composição para cumprir 9 horas de trabalho até o pátio P2-14, onde um veículo da Vix Locadora, empresa terceirizada pela MRS, o levou até Volta Redonda, cerca de uma hora de viagem.

Às 19 horas, o maquinista, que tinha cumprido 13 horas de trabalho, seguiu para um hotel  na avenida Amaral Peixoto, em Volta Redonda.

Na manhã seguinte o maquinista se apresentou às 5 horas, dia 2 de abril, no pátio da MRS na cidade do aço para conduzir uma locomotiva com 76 vagões com cargas diversas até a cidade de Barbacena (MG).

Por volta das 16 horas o maquinista chegou em Barbacena e foi levado por um veículo da Vix até a cidade de Bom Jardim, chegando às 17h30 em sua residência.

No dia 3 o maquinista se apresentou novamente as 8h30 para conduzir a composição que provocou o acidente na Serra de Arantina por volta de 14 horas.

Se já não bastasse o absurdo da monocondução - segundo a MRS Logística S/A a monocondução é garantida pelo chamado “homem morto”, botão que tem que ser acionado de um minuto e trinta segundos em um minuto e trinta segundos pelo maquinista -  fatores como a carga horária excessiva e a falha no procedimento locotrol  com a clara finalidade de acelerar o tráfego de cargas, explorando ao máximo os maquinistas para diminuir o tempo nos intervalos das composições aumentando astronomicamente os ganhos, são, aos meus olhos, as razões da composição desgovernada na Serra de Arantina.

Como Barra do Piraí é cortada pela linha férrea e é também “bombardeada” pelas notícias sobre a redução do tempo entre as composições de carga que cortam a cidade, fica para nós cidadãos barrenses o grande alerta.

Há cerca de 15 dias uma outra falha em sistema da MRS Logística S/A, conhecido como CBTC, travou o sistema paralisando uma composição na passagem de nível da Rua Aureliano Garcia, em Barra do Piraí.

Que os promotores do Ministério Público de Direitos Difusos e do Trabalho adotem providências porque a MRS Logística S/A está tentando abafar o caso Serra de Arantina, fato, que não acontecerá, pois, graças a minha credibilidade junto a população e aos funcionários da empresa, ele chegou até aqui.

Vejam as fotografias do acidente