terça-feira, 15 de abril de 2014

Transparência: quanto a Santa Casa arrecada e gasta mensalmente?

Waldyr Adão, Lúcia Teixeira e Rudney Moreira.

Já que a Saúde é sempre prioridade nos palanques, não custa conhecer os hospitais e hoje eu fui até a Santa Casa de Barra do Piraí – Casa de Misericórdia Santa Rita de Cássia.

Recebido pelo provedor e médico Rudney Dantas Moreira, gestor Waldyr de Castro Adão e tesoureira Lúcia Teixeira dos Santos, pude conhecer um pouco sobre os valores que circulam no maior hospital de Barra do Piraí, privilegiado em localização, espaço físico e acomodações, que poderiam ser melhores exploradas se houvesse mais investimentos do poder público. Não há um hospital sequer na capital fluminense que tenha condições de superar a Santa Casa de Barra do Piraí em localização, espaço físico ou acomodações.

Com dezessete apartamentos, cinquenta e seis leitos distribuídos em treze enfermarias, sete leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI), centro cirúrgico e salas para prestações de serviços de laboratório, raio X, tomografia computadorizada, hemodiálise, endoscopia digestiva, fisioterapia, mamografia, cardiologia e oftalmologia, isso sem citar as grandes áreas da Unimed e Polo de Emergência, a primeira, alugada pela diretoria do plano de saúde  e a segunda cedida gratuitamente para a Prefeitura de Barra do Piraí, a Santa Casa possui orçamento muito aquém daquele que poderia proporcionar a saúde dos sonhos barrenses.

Será que o poder público municipal não pode custear esta saúde tão sonhada?

Tenho  muitas dúvidas, ainda mais quando se descobre que um hospital com tais dimensões e tamanha importância possui acanhado faturamento médio mensal de R$ 650 mil contra uma despesa quase do mesmo tamanho, em torno de R$ 600 mil.

Com cento e sessenta funcionários divididos entre 70% na área de Saúde e 30% na administrativa, a Santa Casa gasta mensalmente cerca de R$ 280 mil entre salários, encargos e direitos trabalhistas; em materiais de consumo, alimentação, medicamentos, manutenção de aparelhos e diversos são mais R$ 100 mil; honorários médicos somam cerca de R$ 150 mil; mais parcelamento com a Light S/A no valor de R$ 23 mil; empréstimo bancário para pagar 13º salário com parcelas de R$ 10 mil; tarifa de energia elétrica na casa dos R$ 24 mil; conta de telefone R$ 3 mil; taxa de água 2 mil e só até aqui eu já somei R$ 592 mil, que não me parecem despesas astronômicas quando se ouve, lê e vê o prefeito dizer que vai tentar economizar R$ 1,2 milhão em aluguéis mensais, que muitas das vezes servem muito mais ao locador amigo do que ao locatário público.

As receitas em torno de R$ 650 mil mensais da Santa Casa são divididas entre repasses federais e municipais mais as receitas faturadas e não recebidas - cada mês faturado é recebido integralmente num prazo de 45 a 60 dias.

Essas receitas são provenientes das chamadas contratualizações do SUS (repasses federais); atendimentos pelos planos de saúde, terceirizados e particulares, que somados chegam a R$ 500 mil mensais em média, mais os repasses da Prefeitura de Barra do Piraí ao plantão (verba de sobreaviso de cirurgia) no valor de R$ 88 mil; UTI no valor de R$ 30 mil e oxigênio no valor de R$ 40 mil, total de R$ 158 mil.

Mas, o que são R$ 158 mil mensais para uma prefeitura que tentou no mês passado contratar um diretor por R$ 15 mil mensais só para colocá-lo dentro da Santa Casa como o suprassumo da gestão em hospitais?

O provedor, o gestor e a tesoureira disseram-me que não aceitaram a ingerência direta do poder público na gestão da Santa Casa, até porque a presença de um superdiretor sem investimentos não melhoria em nada os serviços prestados pelo nosocômio, que nada mais é do que uma palavra esquisita sinônimo de hospital.

O Polo de Emergência é um espaço físico cedido gratuitamente pela Santa Casa à Secretaria Municipal de Saúde, que administra e bem que poderia contar pra gente sobre os valores gastos por lá. Eu vou perguntar, mas, antes vou dar uma passada no Maria de Nazareth e Cruz Vermelha para saber quais são os valores que entram e saem mensalmente dos hospitais.

Com transparência fica mais fácil entender.

Ah... eu perguntei também sobre os índices de mortalidade na Santa Casa e fui informado que hoje eles se encontram no patamar de 2,89%, dentro do tolerado pela  OMS (Organização Mundial de Saúde). Só para vocês terem uma melhor ideia, no hospital Albert Schweitzer, no Rio, o mesmo índice é de 12,3%.

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