Waldyr Adão, Lúcia Teixeira e Rudney Moreira.
Já que a Saúde é sempre prioridade nos palanques, não custa
conhecer os hospitais e hoje eu fui até a Santa Casa de Barra do Piraí – Casa de
Misericórdia Santa Rita de Cássia.
Recebido pelo provedor e médico Rudney Dantas Moreira,
gestor Waldyr de Castro Adão e tesoureira Lúcia Teixeira dos Santos, pude
conhecer um pouco sobre os valores que circulam no maior hospital de Barra do
Piraí, privilegiado em localização, espaço físico e acomodações, que poderiam
ser melhores exploradas se houvesse mais investimentos do poder público. Não há
um hospital sequer na capital fluminense que tenha condições de superar a Santa
Casa de Barra do Piraí em localização, espaço físico ou acomodações.
Com dezessete apartamentos, cinquenta e seis leitos distribuídos
em treze enfermarias, sete leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI), centro
cirúrgico e salas para prestações de serviços de laboratório, raio X,
tomografia computadorizada, hemodiálise, endoscopia digestiva, fisioterapia,
mamografia, cardiologia e oftalmologia, isso sem citar as grandes áreas da
Unimed e Polo de Emergência, a primeira, alugada pela diretoria do plano de
saúde e a segunda cedida gratuitamente para
a Prefeitura de Barra do Piraí, a Santa Casa possui orçamento muito aquém
daquele que poderia proporcionar a saúde dos sonhos barrenses.
Será que o poder público municipal não pode custear esta
saúde tão sonhada?
Tenho muitas dúvidas,
ainda mais quando se descobre que um hospital com tais dimensões e tamanha
importância possui acanhado faturamento médio mensal de R$ 650 mil contra uma
despesa quase do mesmo tamanho, em torno de R$ 600 mil.
Com cento e sessenta funcionários divididos entre 70% na
área de Saúde e 30% na administrativa, a Santa Casa gasta mensalmente cerca de
R$ 280 mil entre salários, encargos e direitos trabalhistas; em materiais de
consumo, alimentação, medicamentos, manutenção de aparelhos e diversos são mais
R$ 100 mil; honorários médicos somam cerca de R$ 150 mil; mais parcelamento com
a Light S/A no valor de R$ 23 mil; empréstimo bancário para pagar 13º salário
com parcelas de R$ 10 mil; tarifa de energia elétrica na casa dos R$ 24 mil;
conta de telefone R$ 3 mil; taxa de água 2 mil e só até aqui eu já somei R$ 592
mil, que não me parecem despesas astronômicas quando se ouve, lê e vê o
prefeito dizer que vai tentar economizar R$ 1,2 milhão em aluguéis mensais, que
muitas das vezes servem muito mais ao locador amigo do que ao locatário público.
As receitas em torno de R$ 650 mil mensais da Santa Casa são
divididas entre repasses federais e municipais mais as receitas faturadas e não
recebidas - cada mês faturado é recebido integralmente num prazo de 45 a 60
dias.
Essas receitas são provenientes das chamadas
contratualizações do SUS (repasses federais); atendimentos pelos planos de
saúde, terceirizados e particulares, que somados chegam a R$ 500 mil mensais em
média, mais os repasses da Prefeitura de Barra do Piraí ao plantão (verba de
sobreaviso de cirurgia) no valor de R$ 88 mil; UTI no valor de R$ 30 mil e
oxigênio no valor de R$ 40 mil, total de R$ 158 mil.
Mas, o que são R$ 158 mil mensais para uma prefeitura que
tentou no mês passado contratar um diretor por R$ 15 mil mensais só para
colocá-lo dentro da Santa Casa como o suprassumo da gestão em hospitais?
O provedor, o gestor e a tesoureira disseram-me que não
aceitaram a ingerência direta do poder público na gestão da Santa Casa, até
porque a presença de um superdiretor sem investimentos não melhoria em nada os
serviços prestados pelo nosocômio, que nada mais é do que uma palavra esquisita
sinônimo de hospital.
O Polo de Emergência é um espaço físico cedido gratuitamente
pela Santa Casa à Secretaria Municipal de Saúde, que administra e bem que poderia
contar pra gente sobre os valores gastos por lá. Eu vou perguntar, mas, antes
vou dar uma passada no Maria de Nazareth e Cruz Vermelha para saber quais são
os valores que entram e saem mensalmente dos hospitais.
Com transparência fica mais fácil entender.
Ah... eu perguntei também sobre os índices de mortalidade na
Santa Casa e fui informado que hoje eles se encontram no patamar de 2,89%, dentro
do tolerado pela OMS (Organização
Mundial de Saúde). Só para vocês terem uma melhor ideia, no hospital Albert
Schweitzer, no Rio, o mesmo índice é de 12,3%.
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