Funcionários da Caju (Casa da Juventude de Barra do Piraí),
instituição sem fins lucrativos considerada de utilidade pública nas esferas
municipal, estadual e federal, que foi fundada como abrigo para menores num
casarão da Avenida Cecília, próximo ao Centro da cidade, vivem momentos
complicados.
Responsáveis por menores carentes e infratores, vários
funcionários reclamam da insegurança, principalmente, no turno da noite. Na
semana passada um menor fugiu da instituição e assaltou uma senhora na Rua
Aureliano Garcia, conhecida como Rua da Estação, no Centro de Barra do Piraí. O
menor foi detido pelos policiais militares, encaminhado até a 88 DP e, após o
registro da ocorrência, foi reconduzido para a Caju, onde permanecerá até
quando ele quiser, já que se torna impossível aos funcionários impedir que o
menor, temido na instituição e líder de um grupo de menores, saia para assaltar
ou cometer outros delitos quando ele bem entender.
Além dos evidentes riscos às integridades físicas e até as
vidas dos funcionários, os menores infratores abrigados na Caju representam
também enormes riscos aos menores carentes que aguardam adoções. Existem bebês
na instituição, o que agrava ainda mais a questão. Já foram registrados casos
de tentativas de agressão de um bebê e até de rebeliões.
Na semana passada dois meninos tocaram a campainha de
madrugada e quando atendidos avisaram que matarão um menor infrator que roubou
uma mobilete; uma menina querendo usar drogas pegou uma barra de ferros pra
agredir educadores e – pasmem! – um menor infrator jogou um prato com mingau quente
no rosto de um bebê.
Presidida pela enfermeira aposentada Maria Aparecida da
Silva, que tem como vice-presidente a advogada Tânia Maria Pereira Morais, a
Caju espera decisão do governo municipal, já que o atual mandato se encerrou e
Maria Aparecida e Tânia Morais permanecem nos cargos provisoriamente até que o
poder público municipal decida sobre o futuro da instituição.
Os funcionários confirmaram que a carne enviada para
alimentação na Caju segue o péssimo padrão de qualidade denunciado por mim na
merenda escolar.
É apenas uma pequena parte da vida desses menores em Barra
do Piraí. Infelizmente, pequenos seres que só se tornam visíveis à sociedade
quando cometem atrocidades, que, invariavelmente, são acompanhadas de gritos
por justiça e redução da idade penal.
Ninguém grita que é preciso assumir a responsabilidade por
eles de forma séria e eficaz.
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