sexta-feira, 2 de maio de 2014

Gestão compartilhada com o hospital Maria de Nazareth não existe.

Como é empregada a verba da Saúde em Barra do Piraí?

Boa pergunta!

Segundo o site transparência do governo federal no primeiro trimestre foram repassados R$ 6,642 milhões para serem aplicados na Saúde em Barra do Piraí. Nos hospitais Santa Casa e Maria de Nazareth, a Secretaria de Saúde repassou no mesmo período cerca de R$ 1,2 milhão, o que significa dizer que R$ 5,442 milhões foram consumidos pela pasta em janeiro, fevereiro e março.

No transporte de pacientes, realização de exames e fornecimento de remédios fica difícil imaginar que este montante tenha sido aplicado, já que são três alvos importantes nas queixas de quem procura a Secretaria de Saúde.

Será que foi no Polo de Emergência?

Também não pode ter sido quando constatamos que os hospitais Santa Casa e Maria de Nazareth arrecadaram juntos cerca R$ 4 milhões no primeiro trimestre.

Após ouvir representantes da Santa Casa e revelar o quanto em dinheiro é investido pelo poder público no hospital mensalmente, visitei hoje pela manhã o hospital Maria de Nazareth, mantido pelo Centro Espírita Pai Cambinda, que possui a função de atender nas áreas de pediatria e obstetrícia.

Recebido pelo presidente Abelardo Porto “Manoca”, vice Gilmar  César, tesoureiro Marcelo Mansur, diretor administrativo Márcio Figueiredo e conselheiro Leonardo Lincoln, fui informado que o hospital conta hoje com 130 funcionários – 74% na área de saúde – que representam gastos em torno de R$ 450 mil mensais, que somados aos outros gastos com manutenção, materiais de limpeza e saúde, taxas de luz, água e telefone e diversos, perfazem um total de despesas em torno de R$ 520 mil/mês contra uma arrecadação média de R$ 520 mil/mês, que, segundo os representantes do Maria de Nazareth, afasta a hipótese de fechamento do hospital, que volta e meia vem à tona nos meios políticos barrenses.

Desde outubro de 2013 a Secretaria de Saúde vem repassando mensalmente cerca de R$ 260 mil ao hospital, enquanto, os repasses provenientes da contratualização do SUS mantém a média de R$ 240 mil/mês, mais os atendimentos particulares e conveniados que giram em torno de R$ 20 mil/mês.

Sobre a gestão compartilhada com o governo municipal os representantes do Maria de Nazareth informaram que mensalmente acontece uma reunião com o indicado pelo prefeito Jorge Babo para avaliar como está sendo empregada a verba municipal e o estranho é que o indicado, Ernesto Dandrea, não possui qualquer tipo de cargo de confiança na Secretaria de Saúde ou em outras áreas do governo.

“Mas, como?” – perguntei.

“Recebemos Ernesto como pessoa indicada pelo prefeito Jorge Babo para fiscalizar a aplicação da verba da saúde repassada pelo município” – responderam.

Suponho que seja mais um predestinado paladino trabalhando gratuitamente para o poder público.

Eu sou contra cargos não remunerados e disse isso aos representantes do hospital quando eles frisaram que também trabalham como voluntários no Centro Espírita Pai Cambinda, mantenedor do hospital Maria de Nazareth.

Vida que segue, talvez, eu não tenha que ser contra ou a favor dos cargos não remunerados.

Ninguém é culpado pela minha descrença na caridade.

Só, que,  eu não sou obrigado a acreditar nessa gestão compartilhada. Aos meus olhos é apenas mais um daqueles termos da moda recomendados nos palanques políticos.

O hospital Maria de Nazareth conta com 10 apartamentos (convênio e particular), 41 leitos para pediatria, 36 para a área de obstetrícia, centro cirúrgico com sala de parto, registrando, em 2013, índice de 0% em mortalidade infantil.

Sobre a importância de uma UTI neonatal, que o hospital não possui, fui informado que além dos investimentos iniciais custaria em torno de R$ 300 mil/mês sua manutenção.

Mas, o que são R$ 300 mil mensais para um município que recebeu repasses federais de R$ 6.642 milhões no primeiro trimestre de 2014?

O próximo passo é ouvir a secretária de Saúde de Barra do Piraí para que eu possa levar até vocês como a pasta consome cerca de 75% da verba para a Saúde repassada pelo governo federal.

E o Conselho Municipal de Saúde o que diz sobre isso?

Pelo visto dança conforme a música.

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