Apreensão de reboques com placas violadas pela PRF desmoraliza operações do Detran - Rio para apreender motos em Barra do Piraí
Agentes da Policial Rodoviária Federal apreenderam no posto de fiscalização de Dorândia (BR-393), em Barra do Piraí, dois reboques de motocicletas com as placas violadas na manhã de quarta-feira (6). A notícia não seria tão surpreendente se os reboques não estivessem a serviço do Detran - Rio, através de uma empresa contratada pelo órgão estadual para atuar justamente em operações com a finalidade de apreender motocicletas com documentação irregular e má condições de uso nas cidades do Sul Fluminense.
Os reboques contratados pelo Detran – Rio, placas LPH-4194 de São Gonçalo e LKT-4997 de Duque de Caxias, que ainda permanecem apreendidos no pátio do posto da Polícia Rodoviária Federal em Dorândia, seguiam em direção ao distrito da Califórnia, também em Barra do Piraí, com o auxílio de duas pick-up Ford Courier, conduzidas pelos funcionários contratados para atuar na apreensão de motocicletas que seriam levadas para o galpão do Detran - Rio na Baixada Fluminense, desnudando a incoerência, e porque não o abuso de poder nas ações de um órgão público, que inacreditavelmente ainda não conseguiu encontrar um espaço nas cidades da região para armazenar veículos apreendidos, obrigando os proprietários a percorrerem cerca de 100 quilômetros até a cidade de Duque de Caxias, local, onde, segundo relatos daqueles que foram ao terminal do órgão na rodovia Washington Luiz para reaver seus veículos, a recepção pode ser comparada à chegada de “bandidos” em uma penitenciária.
Mas, afinal, quem são os “bandidos” nessa história? Os proprietários de veículos apreendidos ou os responsáveis pela contratação de veículos irregulares para transportar de forma irregular veículos apreendidos irregularmente? O mais interessante é que esses reboques com placas violadas seguiam para participar de mais uma operação apoiada por Policiais Militares do 10º BPM, que atuam junto aos agentes de trânsito do Detran - Rio na fiscalização das motocicletas irregulares na cidade. Será que os reboques, se não tivessem sido apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal, seriam fiscalizados pelos Policiais Militares que participaram da operação em conjunto com o Detran - Rio no centro da cidade e distrito da Califórnia?
Operações "dois pesos e duas medidas" não são novidades em Barra do Piraí
Em novembro do ano passado, na coluna Na Voz do Jeff, que era assinada pelo diretor de O TASQUIM, jornalista e cartunista Jeff Castro, no jornal A Voz da Cidade, diário com sede em Barra Mansa, foi revelado que o prefeito de Barra do Piraí, José Luiz Anchite, o Zé Luiz (PP), e seu secretário municipal de Ordem Pública, Antônio Carlos Elias, o Bitu, tinham recebido três veículos “doados” pelos empresários do transporte público, e que, supostamente, por causa dessas “doações” os ônibus urbanos não eram fiscalizados, multados ou apreendidos.
Na ocasião era revelado também que o secretário de Ordem Pública de Barra do Piraí não fazia muita questão de esconder seu estreito relacionamento com os empresários do setor de transporte Ismael Moreira da Silva e Rafael Vilar Ferreira da Silva, sócios das Viações Santo Antônio, Santa Luzia e J.C. Guimarães, com sede no bairro da Vila Helena, onde se encontrava guardado o veículo Marea, ano 2000, placa KMI 6111, que pertence ao próprio secretário e que tinha sido alvo de um coquetel incendiário na madrugada de 26 de abril do ano passado, próxima a sua residência na Rua Major Ferraz, Centro da cidade.
"Doações" imorais do fiscalizado ao fiscalizador
Os empresários Ismael Moreira da Silva e Rafael Vilar Ferreira da Silva, proprietários das Viações Santo Antônio, Santa Luzia e J.C.Guimarães, como conselheiro fiscal permanente e diretor-secretário do Sindpass, respectivamente, doaram o Uno Mille Fire Flex 4 t, ano 2005/2006, cor branca, chassi nº. 9BD15822764603443 no valor de R$ 20,3 mil, uma Fiat/Strada Fire Flex, ano 2006/2006, cor branca, chassi nº. 9BD27801A 62504120 no valor de R$ 26,366 mil e um Uno Mille Economy Flex 1.0, ano 2010/2011, chassi nº. 9BD15822AB6459791, no valor de R$ 26 mil para a Guarda Municipal.
Operações para apreensão de motocicletas pelo Detran - Rio em Barra do Piraí podem ter motivação política de apoio ao Bitu
Impedido moralmente de apreender qualquer veículo que circula em Barra do Piraí, o secretário de Ordem Pública, Antônio Carlos Elias, o Bitu, que comemorava com churrascos a apreensão de motocicletas no galpão da Guarda Municipal localizado na Rua João Pessoa, saiu de cena e somente nos primeiros dois meses de 2011 o Detran - Rio realizou quatro operações para apreender motocicletas que eram levadas para o galpão do órgão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Na quarta operação para apreensão de motocicletas em Barra do Piraí realizada pelo Detran - Rio no dia 10 de fevereiro, o agente de trânsito Samuel Paiva revelou ao jornalista Jeff Castro, que a blitz era para fiscalizar documentação e também para coibir crimes praticados por motociclistas somente em Barra do Piraí.
Suspeitando que as operações do Detran - Rio nada mais eram do que uma resposta da desmoralizada Secretaria de Ordem Pública às reportagens que impediram as operações “dois pesos e duas medidas” praticadas pela Guarda Municipal, o vice-prefeito Maércio Fernando de Almeida (PMDB) prometeu providências e as operações do Detran - Rio não aconteceram mais até que na quarta-feira (6) o número de motocicletas apreendidas e levadas para o galpão do órgão na Baixada Fluminense, foi reduzido porque o Detran - Rio fiscaliza sem se importar com o fato de que os veículos contratados pelo próprio órgão, circulam com placas violadas.
Parabéns aos Policiais Rodoviários Federais que cumpriram brilhantemente seus papéis republicanos apreendendo dois veículos com placas violadas contratados pelo Detran – Rio, que a exemplo da Secretaria de Ordem Pública de Barra do Piraí, desconhece deveres e direitos dos fiscalizadores e fiscalizados.
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa...... Bem acho que no código não está dizendo nada sobre apreensão do veículo entretanto eles levão assim mesmo c está pago e o documento em dia chame um habilitado ou de queixa de roubo ;)
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