terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pedrinho ADL impedido de falar

Pastor Brum pede mais 30 dias para explicar

Babo tenta explicar o inexplicável

A revolta das cartolinas

Eu vou me esforçar para tentar chegar o mais perto possível da verdade sem ferir direitos.  A manifestação agendada através do site de relacionamentos Facebook para a tarde desta terça-feira (15), em Barra do Piraí, provocou ações e reações completamente inusitadas. Misturando interesses pessoais, políticos e comunitários, foi realizado um acalorado debate em praça pública entre manifestantes, prefeito Jorge Babo (PPS) e dois vereadores, Pastor Brum (PR) e Pedrinho ADL (PRB).
Por volta das 19 horas, quando os manifestantes se posicionaram ao redor do obelisco da Praça Pedro Cunha, no Centro da cidade, para aplaudirem os discursos acalorados dos primeiros oradores, o prefeito Jorge Babo chegou acompanhado de alguns assessores criando um clima de muita expectativa, já que o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas, Bruno Barbosa da Cruz; a ativista ecológica Kátia Winter e a ativista do movimento LGBT barrense, Alessandra Oliveira, não pouparam nos adjetivos e nos temas polêmicos ao microfone, como exemplos mais brandos: “quem manda na prefeitura é a esposa do prefeito?”, “chega de roubalheira na Saúde!”, “não queremos o fechamento da clínica médica do Maria de Nazareth!”, “servidores estão passando fome!”, “você prometeu governar com gente da cidade e sua secretária de Saúde é de Barra Mansa!”, “sua esposa nomeou uma assessora de Engenheiro Paulo de Frontin que pagou curso para o filho dela com dinheiro público!”, enfim, o prefeito de Barra do Piraí, que não fugiu do povo, é importante frisar isso, ouviu atentamente tentando explicar o inexplicável, já que o momento não era nem um pouco favorável a qualquer tipo de explicação.
Da Praça Pedro Cunha os manifestantes seguiram em direção a Câmara de Vereadores, na Praça Nilo Peçanha, também no Centro. Ao chegarem, os manifestantes encontraram o vereador Tim (PRP) saindo apressadamente do local em seu veículo. A atitude do vereador insuflou novos discursos e promessas de ocupação da Câmara, repetindo, de forma ainda mais acalorada, os mesmos adjetivos e temas polêmicos da Praça Pedro Cunha.
O primeiro a tentar explicar as contas especiais abertas na Saúde pelo então prefeito interino Pastor Monteiro (PRB), foi o vereador Pedrinho ADL (PRB), que exibindo documentos sobre a investigação foi impedido de falar pelos manifestantes que exigiam a presença dos quinze vereadores. O estudante Bruno acusou Pedrinho ADL de na tarde de hoje tentar convencê-lo a não participar da manifestação agendada pela internet.
O segundo vereador a sair da Câmara foi o Pastor Brum, que pode falar, revelando, que o prefeito Jorge Babo pediu mais 30 dias para enviar um relatório minucioso sobre a aplicação dos R$ 10 milhões aprovados no Legislativo para o setor de Saúde.
Bem, após este resumo, minha opinião é que a falta de transparência está desnorteando os políticos e o povo em Barra do Piraí.
Não há orador no mundo capaz de explicar o que não possui explicação, o que não foi colocado antecipadamente com clareza. Sem prestar contas ao povo sobre seus atos, os políticos se colocam a disposição das “enes” interpretações, que nem sempre são as corretas e justas. Tomemos como exemplo o caso do fechamento da clínica médica no Hospital Maria de Nazareth.  No primeiro momento qualquer fechamento de uma clínica médica é abominável aos olhos do povo. Estavam lá funcionários do hospital defendendo o não fechamento, muito justo, mas, é preciso explicar porque os diretores do hospital receberam R$ 405 mil para realizar exames, terceirizando, ilegalmente, os serviços para a empresa Astral, que por sua vez repassou a responsabilidade para outra empresa, tudo sob a batuta do ex-secretário Alexandre Cardoso, que mora na Barra, só que da Tijuca, no Rio.
Segundo informações a Secretária de Saúde quer transformar o Maria de Nazareth num hospital especializado em obstetrícia e pediatria. Quem é capaz de dizer que não é bom para um município possuir um hospital exclusivo para gestantes, bebes e crianças? Já falei sobre isso e vou repetir: o que se faz necessário é transparência, uma planilha explicando quanto será investido no Maria de Nazareth mensalmente para proporcionar atendimentos condizentes com os direitos constitucionais das gestantes, bebes e crianças, dando aos funcionários a tranquilidade para exercerem dignamente suas atividades no hospital.
A Secretária de Saúde acredita que o melhor local para a clínica médica é a Santa Casa? É preciso que ela explique porque e quanto vai gastar lá mensalmente para que a clínica médica atenda ao povo. Não é se trancando num gabinete achando que é a dona da cocada preta que ela vai conseguir implantar seus projetos na Saúde de Barra do Piraí sem provocar revolta, já que todos pediram hoje ao prefeito Babo a sua saída da pasta.
Então, ainda que a democracia no Centro de Barra do Piraí tenha sido o ponto alto da manifestação, sou levado a concluir que sem transparência os políticos estarão sempre errados, já que sem transparência os políticos induzem o povo a abraçar causas sobre as quais não possui qualquer tipo de conhecimento.
E assim, as mesmas cartolinas que elegeram Jorge Babo, voltaram às ruas revoltadas em seu segundo mês de mandato como prefeito de Barra do Piraí.

PMs e GMs acompanharam curiosos e atentos muito mais aos debates do que na segurança, já, que, repito, foi uma manifestação democrática, meio que atabalhoada, mas, brilhante, é assim mesmo, todos vão amadurecendo e enxergando melhor  as questões.

REGISTROS FOTOGRÁFICOS









sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O rombo na Saúde de Barra do Piraí é de R$ 1.148.102,47

E o jovem ex-secretário de Saúde, Alexandre Carvalho, prossegue longe da barra pesada em Barra do Piraí residindo lá na Barra da Tijuca.

Com exclusividade eu recebi informações sobre os resultados da Tomada de Contas Especiais (TCE) aberta pelo ex-prefeito interino de Barra do Piraí, Pastor Monteiro (PRB).  O total do rombo apurado é de R$ 1.148.102,47 em pagamentos duplicados e transferências bancárias (TED) sem empenhos.  O Pastor da Igreja Batista ganhou R$ 220 mil com ar condicionado; um cantor gospel levou R$ 129 mil com louvores; e mais um monte de gente recebeu as transferências bancárias não explicadas por serem de valores, segundo análises da TCE, menores. O Hospital Maria de Nazareth recebeu R$ 405 mil para realização de exames terceirizando os serviços com a empresa Astral, terceirização essa, irregular, segundo as normas dos repasses. 
E vamos que vamos!


Transferências via TED
(explicitadas apenas as maiores Transferências)
Carlos Márcio Rego Passos (Ar Condionado) Pr. Igreja Batista ----------R$ 220.113,00
Evandro de Souza Castilho (Cantor Gospel) ---------------------------------R$ 129.243,48
CAAS Eventos ME. -----------------------------------------------------------------R$  93,720,25
Danilo Teixeira dos Santos------- -------------------------------------------------R$  27,800,00
Maria de Lourdes Lobão Ribeiro -------------------------------------------------R$  21.600,00
João Luis Ribeiro --------------------------------------------------------------------R$  22.000,00
Total dos TED´s acima + TED´s de menor valor -----------------------------R$  683.612,59
Pagamentos Duplicados
Os pagamentos duplicados totalizam----------------------------------------------R$ 51.418,97
Transferência para Hospital Mª Nazaré
A transferência para o Hospital Mª Nazaré (Proc:2271/13)------------------R$ 405.071,00
• Com o valor da transferência acima foi contratada a empresa Astral que repassou os serviços para outras empresas para realização de exames.

TOTAL DO ROMBO: R$ 1.148.102,47

Vejamos o que diz julgamento recente sobre caso semelhante:

Acórdão 5509/2013 Segunda Câmara Responsabilidade. Tomada de Contas Especial. Recursos do SUS. A responsabilidade pela gestão dos recursos do Fundo Municipal de Saúde é do secretário de saúde (art. 9º, inciso III, da Lei 8.080/90). Independentemente da participação de outros agentes na prática de determinados atos de administração dos recursos, remanesce para o secretário a responsabilidade primeira pela correta aplicação dos recursos e pelo alcance dos objetivos estabelecidos no Sistema Único de Saúde.

Perfil Oficial da Prefeitura de Barra do Piraí no Facebook foi hackeado.

Com certeza sou suspeito para falar sobre João Luis Costa Oliveira, cursamos o ginasial juntos de 1971 a 1974. Tivemos os mesmos mestres, acho que assim a gente entende melhor o seu depoimento provocado por um comentário que fiz no site de relacionamentos Facebook. Lá falei sobre os perfis oficiais da Prefeitura de Barra do Piraí no Facebook, que, supostamente, estariam sendo utilizados por terceiros de forma criminosa.
Este texto abaixo me foi enviado agora pela manhã por João Luis, que o endereça também ao assessor de imprensa da Prefeitura de Barra do Piraí, Sidcley Porto, o “Dugão”, outro grande brother que atuou no meu antigo jornal, o JBP, durante vários anos.

Leiam com atenção.
Jefferson Castro e “Dugão”:
Apenas a título de esclarecimento, sem nenhum objetivo de culpar ou inocentar quem quer que seja, vejo-me na obrigação de prestar algumas informações, quanto a hipótese de alguém não autorizado estar utilizando o Facebook da prefeitura. Ou ter utilizado.
Vamos ao meu depoimento:
“O ano de 2013, ao contrário do que todos esperavam, politicamente começou conturbado, estressante, polêmico e perigoso. No ponto de vista de alguns barrenses a cidade virou um grande aquário e seus habitantes alguma espécie de traíra ou equivalente.
Para o Maércio, e nós que fazíamos parte de sua equipe, o ano “começou” com uma enorme seca e falta de água nas torneiras, seguida de tromba dágua na Califórnia e da cassação do próprio Maércio. Tudo isso antes que seu segundo mês de governo terminasse. Sua prematura e rápida cassação – por apenas 2 dias – foi suficiente para entornar um caldo que já estava azedando. Os que foram nomeados pelo Maércio e não exonerados pelo Pastor Monteiro passaram a carregar o titulo de “filhos da &*¨%* e outros adjetivos do mesmo naipe. Devo ressaltar que essas colocações nunca saíram do Maércio, mas de alguns admiradores políticos que ousaram falar como se essa fosse a opinião dele.
O ambiente na Prefeitura para todos ficou um grande campo minado.  Funcionários ou comissionados. Qualquer passo, em qualquer lugar, detonava uma bomba. Detonava alguém.
E em abril veio a segunda e última cassação do Maércio, uma reviravolta maior ainda, principalmente porque desta vez o Pastor Monteiro trouxe sua tropa de elite (ou de choque?) e embolou o que já estava enrascado. Com relacionamentos estremecidos, formaram-se quatro times dentro da prefeitura: o do Zé Luiz, o do Maércio, o do Pastor Monteiro e o do Mário Esteves. Mesmo que isso não fosse fato, passou a ser verdade. Cito meu caso: tenho excelente relacionamento com o Zé Luiz (que me levou para a Prefeitura); com o Maércio (que também me escolheu como integrante de sua equipe), com o Pastor Monteiro (que optou por não me exonerar) e com o Mário Esteves (que conheci quando de sua primeira candidatura a vereador). Todos os quatro sempre me respeitaram como ser humano e profissional. Nunca nenhum deles citou de forma direta ou indireta que meu relacionamento com os demais era inconveniente. O mesmo não posso dizer de alguns ocupantes de cargos nesses governos ou mesmo apenas simpatizantes de um ou outro. Nesses longos e exaustivos oito meses deste ano na prefeitura, era comum alguém me pressionar dizendo que me viu conversando com............ e que não sei quem não gostaria de saber disso.
Estou falando por mim, mas posso enumerar dezenas de outros colegas que passaram pela mesma situação.
O simples fato de você adicionar no Facebook um simpatizante de qualquer candidato já “gerava relatórios”.
Pois muito bem, e nesse ambiente, no inicio de abril, o vereador Rafael Couto foi nomeado Secretário de Governo do Pastor Monteiro. Eu ocupava a função de Assessor de Comunicação, um departamento gerido por esta secretaria de Governo. No primeiro momento eu e meus outros quatro colegas de setor nos apresentamos ao Rafael, explicamos a função de cada um e a razão da existência do Setor de Comunicação. Saliento que isso se fez necessário porque não conhecíamos pessoalmente o Rafael e ele ainda estava se habituando com seu cargo, suas obrigações e responsabilidades.
Feito isso, EU, João Luis Costa Oliveira, no desempenho de minhas funções, expliquei ao Secretário que a Prefeitura possuía um perfil no Facebook e que o mesmo, desde sua criação, sempre foi alimentado e gerido pelo próprio gabinete e não pela comunicação e que a pessoa que o havia criado (para a prefeitura) não fazia mais parte dos quadros de funcionários, o mesmo acontecendo com seu substituto.
Em sendo assim, a página estava completamente desatualizada. Diante do fato o secretário Rafael autorizou-me a atualiza-lo e pediu ao Emerson (Mersão) que desbloqueasse o mesmo para que eu cuidasse desse face.
Recebi as senhas imediatamente e postei apenas 2 ou 3 notas pequenas. No mesmo dia (não lembro exatamente quando, mas foi algo entre 6 e 10 de abril), ao final do expediente, quando fui atualiza-lo, verifiquei que as senhas haviam sido alteradas. As que eu possuía não me davam mais acesso a página. Imprimi tudo que aparecia na tela sobre a questão (o face informando que a senha estava incorreta, etc, etc etc) e conversei com o Rafael e o Mersão sobre o que havia ocorrido, recebendo determinação do Rafael, que depois de analisar a questão com a Procuradoria da prefeitura, registrasse essa ocorrência na 88 DP, explicando todos os detalhes., mesmo sem pistas sobre quem teria praticado esse crime virtual.
Bom ressaltar que usar o nome do poder público sem autorização também é crime, com punições previstas em lei.
Eis a história e quase ponto final na historia.
Conversamos (nós, da Comunicação) com o Rafael para chegar a um denominador comum se era útil ou não a Prefeitura criar um novo perfil. E chegamos a seguinte conclusão: criar um Face e impedir que o cidadão registrasse seus comentários seria uma covardia e não justificaria a existência desse importante canal de comunicação.
Por outro lado, com tanto descontentamento na cidade (até hoje), seria temerário deixar uma página aberta e correr o risco de algum ânimo exaltado postar comentários desnecessários.
Diante desse impasse, EU, por livre e espontânea vontade, decidi não mais usar uma pagina no face book para postar matérias da Prefeitura. O que aconteceu até 31 de Agosto, quando fui exonerado.
Dugão e Jeff: não sei o que vocês pretendem fazer ou como fazer com este esclarecimento, mas o julguei necessário porque me pareceu que esse enredo todo, da maneira como divulgado, tenha ocorrido na administração Jorge Babo, o que seria uma inverdade.
E como nós, que fazemos da comunicação uma maneira honesta de sobreviver financeiramente, tenho certeza que a nota será utilizada como deve. Apenas a titulo de esclarecimentos e nunca para levantar dúvidas desnecessárias.
Parabéns a ambos pela qualidade do trabalho desenvolvido e ao dispor para eventuais esclarecimentos complementares. Caso queiram.
Do amigo
João Luis C Oliveira

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Vereadores dizem que vão investigar 32 obras de engenharia do prefeito Zé Luiz

O ex-prefeito de Barra do Piraí, José Luiz Anchite, o Zé Luiz, inaugurou em 2012, com pompas e em seu último ano de mandato, o Mercado Municipal, obra iniciada em fevereiro de 2010 com orçamento inicial de R$ 3,2 milhões e que dois anos depois já tinha ultrapassado com os aditivos financeiros a casa dos R$ 4 milhões para construir somente mais um pavimento sobre o existente há meio século naquele local.
Driblando questões complicadas como licenças ambientais para uma obra no limite da margem direita do Rio Paraíba do Sul, o então prefeito Zé Luiz contratou através de licitação a C.A. Miranda Marques – ME, com sede na Estrada Barão do Turvo, nº 101, distrito de Dorândia, em Barra do Piraí. A empresa também foi responsável pelas obras no Largo da Feira, no valor de R$ 415,7 mil, e na Escola Municipal Arlindo Rodrigues, no valor de R$ 1,9 milhão, que somadas aos custos do Mercado Municipal chegam a R$ 6,5 milhões em pagamentos para uma empreiteira com sede em casa modesta da família no distrito de Dorândia. O proprietário da C.A. Marques Miranda – ME, Carlos Afonso Marques Miranda, já tinha prestado serviços a Prefeitura de Barra do Piraí como engenheiro responsável contratado por uma empreiteira de Juiz de Fora, que realizou a revitalização da Praça Nilo Peçanha em valores também acima de R$ 1 milhão.
Segundo informações de alguns proprietários de boxes no Mercado Municipal, vários problemas estruturais estão surgindo um ano após a sua inauguração. O piso do Largo da Feira também cede, os quiosques demonstram sua nenhuma funcionalidade e a escola Arlindo Rodrigues também é alvo de reclamações quanto à obra.
Quem será responsabilizado pelos danos ao erário devido à péssima qualidade da obra, e também pela total inexistência de um projeto funcional?
Com a palavra os vereadores de Barra do Piraí que assinaram o requerimento pedindo a abertura de uma comissão especial de inquérito para investigar 32 obras de engenharia no governo Zé Luiz.


Sede da empresa que faturou cerca de R$ 6,5 milhões na Prefeitura de Barra do Piraí.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Escritor e jornalista João Ribeiro vai a Passo Fundo redescobrir a história de Teixeirinha

reprodução

O amigo, escritor e jornalista João Ribeiro Neto, conhecido poeta dos pampas, brizolista ferrenho, que me deu a honra de ilustrar a capa de seu livro de crônicas “Existe vida após o casamento”, me enviou hoje uma matéria sobre a vida de Teixeirinha. Conheçam um pouco sobre a história deste ícone da música caipira no Brasil.

Por João Ribeiro Neto

Quem de Sul a Norte do Brasil não ouviu falar no famoso gaúcho de Passo Fundo ou nunca ouviu músicas como “Coração de Luto”, “Querência Amada”, “Velho Casarão”, “Tropeiro Velho” e tantas outras canções tradicionalistas gaúchas? Pois estamos falando de Vitor Mateus Teixeira, o “Teixeirinha”, também conhecido como o “Rei do Disco” por ter vendido mais álbuns que o próprio Roberto Carlos.
 Escritor João Ribeiro Neto em frente ao monumento em homenagem ao Teixeirinha, em Passo Fundo/RS
Apesar de sua biografia ser vasta e facilmente acessível nas diversas mídias eletrônicas e também nas enciclopédias contemporâneas, resolvi ir pessoalmente a cidade Passo Fundo/RS na “Semana Farroupilha” desse ano para descobrir mais curiosidades de Teixeirinha na visão de quem conviveu com ele no dia-a-dia e o conheceu fora dos palcos e antes da fama.
Depois de percorrer muitos CTG´ s (Centro de Tradições Gaúchas) de Passo Fundo em busca de um contemporâneo de Teixeirinha, fui apresentado ao célebre escritor, locutor de rádio e pesquisador da história do Rio Grande do Sul e do folclore gaúcho, Orlei Vargas Carames ou, simplesmente, “o gaúcho”, como gosta de ser chamado.
Na entrevista concedida com exclusividade a mim em seu galpão tipicamente gauchesco, Orlei Vargas Carames revelou que Teixeirinha chegou a Passo Fundo ainda criança após a morte dos seus pais, pois ele era natural de uma cidade da região chamada Rolante. Seu primeiro empreendimento foi montar um “tiro ao alvo” na cidade para sobreviver com muita dificuldade financeira e muitas restrições. Além disso, tocava e cantava em CTG (Centro de Tradições Gaúchas) da região porque a música sempre fez parte de sua vida.


Orlei Vargas Carames escritor, locutor de rádio e pesquisador da história do Rio Grande e do folclore gaúcho

Depois de algum tempo, Teixeirinha aventurou-se a gravar um pequeno “LP” (antigo disco de vinil) com pouquíssimas músicas de sua autoria, sem grandes ambições. Porém, o sucesso foi imediato como conta seu amigo pessoal Orlei Vargas Carames. “O Teixeira conseguiu gravar algumas faixas para um LP em São Paulo e quando retornou a Passo Fundo foi surpreendido por um telefonema da gravadora Continental dizendo que seu trabalho teve uma boa vendagem e que era para ele ir ao banco em que tinha conta para retirar um cheque como pagamento e em seguida compor novas músicas para gravar. Quando ele foi ao banco surpreendeu-se com a alta quantia depositada em sua conta bancária e até desmaiou de emoção e susto na hora”; disse.
Ainda segundo esse amigo pessoal de Teixeirinha, o primeiro investimento do cantor foi comprar uma Kombi e se mudou para Porto Alegre, no bairro da Glória onde até hoje existe a casa em que o cantor morou grande parte de sua vida.
A partir desse momento, Teixeirinha não parou mais de compor e gravar, além de fazer shows em todas as partes do Brasil e a estrela de Vitor Mateus Teixeira brilhava mesmo quando ele era zombado, pois, segundo Carames, o saudoso Chacrinha apresentava na época um programa importante de rádio e, brincalhão como era, Chacrinha apelidou a música “Coração de Luto” de “Churrasquinho de Mãe” e a tocava várias vezes por dia para tirar sarro de Teixeirinha. Mas, para a surpresa de todos, a música caiu no gosto do povo e virou um sucesso nacional. Daí em diante, Teixeirinha passou a participar de programas televisivos em rede nacional e depois até investiu em fazer filmes sobre si mesmo uma vez que seu sonho era ser “o mocinho do cinema” conforme confidenciava para seus amigos mais próximos.




Rancho do Teixeirinha em Passo Fundo/RS

Na visão de seu amigo Orlei Vargas Carames, o sucesso e a fama fizeram mal ao Teixeirinha de imediato, pois ele deixou de ser aquela pessoa simples do interior do Rio Grande. Foi, então, apresentado na cidade de Bagé, fronteira com a Argentina, a uma pobre adolescente que tocava maravilhosamente bem gaita (também conhecida como acordeom ou sanfona) e que era muito fã dele, a Mary Terezinha. “O Teixeira ficou doente de paixão pela Mary assim que viu aquela morena linda com traços indígenas tocando gaita. Propôs que ela fosse morar com ele em Porto Alegre e montou uma casa para Mary e sua família que era muito pobre. Ele já era casado e tinha filhos quando a conheceu, mas, sua paixão por ela falou mais alto e se transformou num amor doentio a ponto de Teixeirinha não deixar ninguém se aproximar dela e nem falar com ela”; conta Carames que, inclusive, chegou a presenciar muitas brigas do casal por ciúme.
O sucesso da dupla foi fenomenal, gravaram muitas músicas e fizeram muitos shows e filmes juntos, mas, tudo acabou quando Mary Terezinha resolveu abandonar Teixeirinha para se casar em 1984 com um “mentalista” (místico que acreditava no poder da mente) chamado Ivan Trilha, inimigo de Teixeirinha. Ela deixou um bilhete com os seguintes dizeres: “Não me farei mais presente ao teu lado”!
Começava aí a doença fatal que levaria o ídolo gaúcho para a morte dolorida, consumido pela tristeza e dor do abandono de sua amada, a “menina da gaita”, como era conhecida Mary Terezinha. “Eu digo que o Teixeira morreu de uma doença chamada Mary Terezinha. Ele nunca aceitou o fim do relacionamento. Compôs inúmeras músicas falando desse abandono e, aos poucos, foi perdendo o interesse pela vida”; define Vargas Carames.
O casamento de Mary Terezinha com Ivan Trilha durou apenas 5 anos, logo se separaram e a gaiteira jamais voltou a fazer sucesso após a morte de Teixeirinha, a qual se deu em 1985 após ser consumido pela doença e pela depressão. “O povo gaúcho comprou a dor do Teixeirinha quando ele foi abandonado pela Mary e nunca a perdoou por isso. Tanto que, apesar da beleza e do talento, ela caiu na sombra do esquecimento”; disse Orlei Vargas, o fiel amigo de Teixeirinha que o acompanhou até seus últimos momentos de vida.
Teixeirinha está sepultado no cemitério da Santa Casa, em Porto Alegre onde tem um busto em sua homenagem e é muito visitado por fãs No dia de seu enterro foi tocada a música “Gaita e violão” que fizera após sofrer o abandono da grande paixão da sua vida, Mary Terezinha, como seu último desejo em vida: “Depois que ela foi embora/Não encontrei mais razão/Não sai de mim a tristeza/E a mágoa do coração/Eu só encontro consolo/Na rima o verso e a canção!”

Alunos do CCM exercitam a Cidadania como Agentes do Meio Ambiente


Saindo da prefeitura eu encontrei o meu professor de Geografia durante o antigo curso ginasial do Colégio Estadual Nilo Peçanha nos anos 70. Flávio Mansur, hoje diretor do Colégio Cândido Mendes  (CCM), sua filha Fernanda Mansur, também diretora do colégio, e os professores Paulinho e Natália, acompanhavam alunos pelas ruas do centro da cidade desenvolvendo de forma pedagógica e também bastante prática, a campanha Lixo Zero, baseada na educação e na conscientização sobre a importância de processos como a reciclagem do lixo urbano. Os alunos estão recolhendo garrafas pets, que após receberem rótulos com a logomarca do colégio, transformam-se em compartimentos onde são armazenados os lacres de alumínio de latinhas de bebidas, que podem ser trocados por cadeiras de rodas numa metalúrgica no interior do Estado de São Paulo, que lançou a campanha e vem atraindo a atenção de diretores de escolas em todo o país. Uma cadeira de rodas é trocada por 120 garrafas com os lacres.