A
equação da bestialidade inicia na vingança de uma jovem manicure muito bonita,
que vivia de aparência consumindo moda sem ter como garantir sua próxima visita
ao supermercado
A equação da bestialidade não é tão simples assim. Por volta das 14
horas de ontem, segunda-feira (25), a manicure Suzane de Oliveira, 22 anos, que após
anos trabalhando passou a conhecer bem a rotina da família da empresária do
setor imobiliário, Aline Santana Bichara, telefonou para o Instituto de
Educação Nossa Senhora Medianeira, e, se passando pela mãe do aluno do Curso de
Alfabetização, João Felipe Eiras Santana Bichara, de 6 anos, enviou um táxi
para buscá-lo com a justificativa de uma consulta médica.
Acompanhada pela criança e valendo-se do seu próprio convívio com João
Felipe, a manicure seguiu para o Hotel São Luiz, na Rua Aureliano Garcia,
Centro de Barra do Piraí, onde entrou para um quarto sem apresentar quaisquer documentos
de identificação dela ou da criança ao porteiro de primeiro nome Eduardo,
conhecido como Dudu.
Cerca de uma hora depois e após asfixiar João Felipe no quarto do Hotel
São Luiz, Suzane pediu ao porteiro que chamasse um táxi e pagando sua conta desceu
com a criança no colo seguindo para sua residência à Rua Cristiano Ottoni, 325,
casa 6, também no Centro da cidade, onde colocou o pequeno corpo nu dentro de
uma mala de viagem providenciando a queima de seu uniforme e par de tênis.
Após o assassinato a manicure seguiu para a casa da mãe Aline e segundo
informações teria almoçado com ela.
Por volta das 17 horas, horário de saída da escola, a mãe soube que
João Felipe havia sido entregue a um taxista às 14h30, supostamente, a seu
pedido. Desesperada, Aline pediu ajuda da família e seguiu para 88ª DP onde
registrou o sequestro e onde também a própria sequestradora e assassina demonstrava
apoio chegando a se oferecer para tomar conta de mais três crianças que estavam
no local com seus pais e mães, parentes de Aline.
Enquanto campanhas de busca ao menino foram iniciadas no site de relacionamentos
Facebook, na delegacia um telefonema do taxista que levou a criança até a Rua
Cristiano Ottoni desvendava da pior maneira possível o sequestro seguido de
morte de uma criança com apenas 6 anos de idade.
Detida, a manicure Suzane de Oliveira manteve-se inicialmente calada
enquanto o delegado titular da 88ª DP, José Mário Salomão Omena, colhia provas
suficientes para apontá-la como a única autora do sequestro e assassinato de João Felipe.
Horas foram se passando e uma pequena multidão aglomerava-se na porta
da delegacia aguardando informações. Como sempre os jornalistas dos pequenos
veículos de comunicação de Barra do Piraí não obtiveram quaisquer informações
até que as grandes redes de TV chegaram e então finalmente os direitos dos
jornalistas foram reconhecidos em entrevistas e informações com a manicure
chegando a dizer na Rede Record que o pai da criança, Heraldo Bichara Filho, “assediava-a”
com frequencia.
João Felipe foi sepultado às 10 horas desta manhã de terça-feira no
cemitério Recanto da Paz em Barra do Piraí.
A equação da bestialidade inicia na vingança de uma jovem manicure
muito bonita, que vivia de aparência consumindo moda sem ter como garantir sua
próxima visita ao supermercado; passa
por um colégio que relaxou nas suas responsabilidades, por um hotel que admite
uma mulher e uma criança sem quaisquer documentos de identificação, para
encerrar na destruição de uma família que nunca mais será a mesma.
Mãe e filho separados pela vingança de uma jovem manicure
O colégio que relaxou nas suas responsabilidades.
O hotel que recebeu uma mulher adulta e um menino sem quaisquer documentos de identificação.
Na Rua Cristiano Ottoni a entrada da vila onde reside a manicure e onde foi encontrado o corpo de João Felipe.
Vestido de branco o porteiro do Hotel São Luiz presta depoimento como testemunha da DP
As cenas que estamos acostumados a assistir em delegacias em todo país. O povo pede justiça.
Num episódio onde só há o que se lamentar, fica minha indignação como pai e o meu protesto como profissional da imprensa nanica do interior Fluminense, que nunca recebe das autoridades a atenção dedicada aos grandes conglomerados da mídia.