sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A PRIMAVERA DAS TOGAS

PAPO FURADO DO JEFF

“Magistrados de primeira instância, uni-vos! Vossa integridade física está à mercê da fortuna. Vossa vida, a depender de uma folha de papel. Vossas famílias nas mãos de mentecaptos”, desembargador Siro Darlan.

Ler o desabafo do desembargador da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Siro Darlan, reacendeu em mim uma brasinha há muito apagada pela desesperança nas instituições brasileiras. Pedir a renúncia do presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, a quem acusa de omissão por não garantir a segurança da juíza Patrícia Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, conclamando, juízes de primeira instância a defenderem a qualquer preço a instituição, que trabalha para o Estado e não para os governos, passa a ser o ponto de partida para a primavera das togas, que eu, jornalista sem diploma da imprensa nanica, venho defendendo faz tempo.
Não dá mais para suportar casos como o citado pelo desembargador Siro Darlan, assim como não dá mais para engolir casos como o ocorrido em abril do ano passado, quando o Conselho Nacional de Justiça anulou o 41º Concurso Público para Admissão nas Atividades Notariais e/ou Registrais da Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro de 2007, por causa das suspeitas de favorecimento a duas candidatas aprovadas na fase discursiva do certame. Ambas teriam ligações íntimas com o então presidente da comissão do concurso em 2007, desembargador Luiz Zveiter, que sem qualquer coincidência, era o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2010. Registro meu asco, quando vi o desembargador Luiz Zveiter na TV ajudando os vitimados a tirarem segundas vias de seus documentos na tragédia do Morro do Bumba, também em abril de 2010.
Dirigindo-me diretamente aos juízes das Comarcas onde o JBP – O TASQUIM circula, e por que não também aos promotores de justiça da referida região, digo, que é preciso cortar, de uma vez por todas, a ligação comprometedora entre sedes do MP, Fóruns e Palácios. Juízes e promotores andam pouco nas ruas e por causa disso talvez não saibam o quanto povo brasileiro depende deles. Se as verbas do Judiciário e do MP são reduzidas e limitadas, obrigando, aos juízes (as) e promotores (as), a se submeterem às “ajudas” vindas dos poderes Executivo e Legislativo, que servem somente para a “conta do chá”, lutem por mais verbas, vocês são profissionais e brasileiros como todos nós!
Ah... como eu queria vê-los reivindicando independência togados pelas ruas. “Eles” não lhes dão condições de trabalho para que vocês não consigam exercer plenamente suas funções em favor da República e da Democracia. Astutos, “eles” lhes dão bons salários, para que na intimidade de suas famílias, vocês recuem e se acomodem diante as denúncias que surgem com a velocidade da luz. Agora, juízes (as) e promotores (as), nem mesmo suas famílias estão salvas do escancarado desprezo “deles”.
No 8º CRAAI/Barra do Piraí fiquei sabendo que somente duas promotoras trabalham em onze municípios. Naquele momento, para a promotora que conversava eu comparei seu trabalho ao filme “A escolha de Sofia”, uma mãe polonesa presa num campo de concentração durante a Segunda Guerra, que é forçada por um soldado nazista a escolher um de seus dois filhos para ser morto. Se ela se recusasse a escolher um, ambos seriam mortos.
Excelências desculpem-me por não tratá-los de excelências, continuarei informalmente chamando-os de vocês, que para mim é respeitoso e vem da simplicidade do povo brasileiro e, melhor, da minha própria simplicidade. Todos os dias eu recebo reclamações me incitando a criticar a doação de um terreno no valor de R$ 50 mil pelo prefeito José Luiz Anchite, o Zé Luiz (PP), para construir a sede do MP em Barra do Piraí, que custou mais de R$ 2 milhões. “É moral o fiscalizador receber doação de R$ 50 mil do fiscalizado?” É esta a pergunta que eu tanto ouço. Minha resposta repetitiva é: “não culpem os promotores e as promotoras que lá tentam trabalhar. A decisão vem de cima!”.
E é criticando decisões políticas no Judiciário e no Ministério Público que revelo minha esperança na indignação de vocês. Façam a primavera das togas em favor do povo brasileiro! Para começar punam exemplarmente os casos de corrupção nas Comarcas de vocês. É na corrupção que os assassinos da juíza Patrícia Acioli confiam.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Baixaria "familiar" afasta PT do deputado federal Zoinho


A briga envolvendo a advogada Jussara Pacheco Duarte e a ex-deputada federal petista Cida Diogo, ocorrida num sítio na cidade de Volta Redonda durante uma festa realizada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Dejair Martins, que também é presidente do PT na cidade e comemorava sua posse para um novo mandato no sindicato, afastou qualquer possibilidade de união entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido da República no município.
Segundo matéria do Diário do Vale, jornal com sede em Volta Redonda, Jussara Duarte, que é procuradora concursada da Prefeitura de Volta Redonda e irmã do deputado federal Jorge de Oliveira, o Zoinho (PR), teria agredido Cida Diogo durante uma discussão que começou quando a ex-deputada deixou de confirmar apoio à possível candidatura de seu irmão à prefeitura.
Pelo telefone na manhã de quarta-feira (3), Ernesto Braga, marido da ex-deputada do PT, disse à reportagem do JBP – O TASQUIM, que Cida Diogo não deseja mais falar sobre o assunto, informando apenas que descreve o ocorrido como mais um fato lamentável protagonizado pela advogada Jussara Pacheco, que no momento da “discussão acalorada”, aparentemente e supostamente, estava sob o efeito do álcool.
Ao Diário do Vale a ex-deputada informou: “Jussara veio me perguntar sobre a posição do PT nas eleições do ano que vem. Respondi que ainda não havia nada decidido e que estamos conversando com diversas lideranças antes de definirmos uma posição. Ela se exaltou, começou a gritar e saiu querendo jogar cadeiras e agredindo diversas pessoas”, disse Cida Diogo.
Zoinho não atendeu as duas ligações telefônicas realizadas pela reportagem do JBP – O TASQUIM na noite de terça-feira (2). Na manhã de quarta-feira, mais duas ligações não foram atendidas pelo deputado federal.

reprodução/Paulo Dimas/Diário do Vale

Jussara Pacheco já protagonizou casos de "discussão acalorada" envolvendo o radialista Dário de Paula, o ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Sergio Cavalieri Filho, e o Juiz de Volta Redonda, Luiz Eduardo Cavalcanti Canabarro.

reprodução/arquivo/Diário do Vale

A ex-deputada federal Cida Diogo prefere não tocar mais no ocorrido durante a festa do presidente do PT de Volta Redonda. Cida Diogo vinha sendo sondada pelo deputado federal Zoinho para ser sua candidata a vice-prefeita em 2012.

Jornal Extra - 31 de julho de 2011 - Berenice Seara
ZOINHO: O VIAJANDÃO!
O deputado federal Jorge de Oliveira, mais conhecido como Zoinho (PR), saiu de Volta Redonda para Brasília com a corda toda. Empolgado, torrou, apenas em fevereiro, R$ 4.369 em corridas de táxi por Brasília. O dinheiro é da chamada “verba indenizatória”: o deputado paga por determinado serviço, apresenta a notinha na Câmara e recebe o dinheiro de volta. Simples assim. São R$180 mil por ano para bancar, entre outras coisas, aluguel, manutenção de escritório e divulgação parlamentar. Neste primeiro semestre, Zoinho pintou e bordou: já gastou R$ 99.051 de sua conta. A locomoção parece ser o seu ponto forte. Que o diga o Posto Vila 2000 de Volta Redonda, agraciado nestes primeiros meses com R$11.900 da verba indenizatória. O detalhe é que o mesmo posto doou a quantia estimada de R$ 1.489,33 na campanha do excelentíssimo Zoinho! Fosse doação de campanha um ativo financeiro, para a empresa teria sido um ótimo negócio: o “investimento” significou um retorno (até agora) de 699,01%!!!

Até o fim do mundo: Só em maio, por exemplo, o moço gastou R$ 4.200 no posto amigo - o que daria, com gasolina a R$ 2,80, 1.500 litros, o suficiente para encher o tanque de uma frota de 30 veículos. Num carro que faz 10 quilômetros por litro, o deputado seria capaz de rodar 15 mil quilômetros - o que daria, com sobras, para fazer uma viagem de ida e volta de Volta Redonda, seu berço político, até o “Fim do Mundo”, como é conhecida a cidade Ushuaia, no pé da Argentina. Isso, considerando o gasto de apenas um mês.