Três funcionárias da Cruz Vermelha Barra do Piraí, Fernanda,
Cláudia, Rosania, participaram na semana passada no repórter policial do Gato
Preto, que é um programa independente transmitido pela RBP/AM de segunda a
sexta-feira.
Fernanda, Cláudia, Rosania e mais quatro funcionários foram
demitidos da Cruz Vermelha entre julho e dezembro do ano passado e até hoje não
receberam indenizações trabalhistas e nem mesmo os seguros desempregos porque
suas carteiras de trabalho estão em aberto, sem a homologação no sindicato da
categoria. “Na verdade nós ainda somos funcionárias da Cruz Vermelha, já que
nossas carteiras de trabalho dizem que somos”, disseram Fernanda e Cláudia,
revelando, que a entidade, atualmente com cerca de 30 funcionários, não vem
depositando os valores relativos aos Fundos de Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS). “Sobre os depósitos do INSS nada sabemos e eles não nos informam quando
perguntamos”, frisaram.
Cláudia e Fernanda acreditam que o problema está sendo
ocasionado pela indefinição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da
Cruz Vermelha Barra do Piraí. “O Pedro contador, pessoa de confiança do
presidente Coronel Parrini, informou apenas que a Cruz Vermelha Barra do Piraí
tinha perdido sua condição de entidade filantrópica e que não era mais
considerada filial da matriz Rio de Janeiro”, alegaram.
Sobre as notícias veiculadas na imprensa após a entrevista
ao programa policial envolvendo doações encaminhadas a entidade, Fernanda disse
que não pode tecer qualquer comentário sobre o assunto porque não trabalhava na
Cruz Vermelha à época, já Cláudia afirmou que a reportagem publicada por um
jornal regional não condiz com suas palavras. “Jeff, durante o programa eu disse,
em off, que o aparelho de TV e os materiais esportivos doados pelo vereador
Pedrinho ADL (PRB) para sorteio não tinham sido sorteados. Primeiro eles
ficaram guardados na farmácia, na parte de cima, depois foram levados para uma
sala lá embaixo, na presidência. Esses materiais não foram sorteados como o
próprio vereador informou que seriam”, frisou, emendando: “No caso dos
vasilhames de água doados na época da tragédia na região serrana, não foi eu quem
disse. Telefonaram para o programa tocando neste assunto que foi colocado como
se ele tivesse partido de mim e não partiu. Essa conversa a gente escutou sim
dentro da Cruz Vermelha, mas, não passavam de assuntos comentados pelos
corredores.”
Cláudia e Fernanda informaram que irão até a sede da Cruz
Vermelha no Rio de Janeiro e ao Ministério Público na próxima semana. “Nós
agendamos estas audiências na matriz Rio e no MP em Barra do Piraí para
garantir que nossas intenções são garantir nossos direitos e esclarecer tudo
que tiver que ser esclarecido”, encerraram, com Cláudia, acrescentando, que
está preocupada após a visita na sexta-feira do presidente da Cruz Vermelha ao
provedor da Santa Casa, onde ela atualmente presta serviços. “Suspeito que o
Coronel Parrini tenha feito pressão para que eu seja demitida”.
Falando por telefone com o Coronel Parrini, que passa o
final de semana em sua residência na cidade de Niterói, ouvi dele, que, na
segunda-feira vai pedir gravação da entrevista ao programa policial para adotar
qualquer posicionamento e que as demissões foram recomendadas pelo corpo médico
da Cruz Vermelha. “Eu não discuto demissões, apenas ouço as recomendações do
corpo médico e como administrativo eu ajo dentro daquilo que está sendo
considerado melhor para a entidade”, encerrou, dizendo que quaisquer
esclarecimentos serão prestados somente na próxima semana. Sobre a visita ao
provedor da Santa Casa o Coronel Parrini disse: “Eu não vou perder meu tempo
com essa menina”.