terça-feira, 22 de novembro de 2011

Escândalo no pagamento de dívidas do Colégio Estadual Nilo Peçanha

A reportagem do Blog do Jeff Castro e jornal O TASQUIM recebeu através de e-mail enviado por uma professora da rede estadual de ensino, que pediu para não ser identificada, uma carta, que supostamente teria sido escrita e assinada pelo proprietário de uma padaria no bairro das Oficinas Velhas, em Barra do Piraí, senhor Leandro Barbosa da Silva. A carta traz a tona denúncias gravíssimas envolvendo o nome do ex-diretor do Colégio Estadual Nilo Peçanha (Cenp), ex-coordenador regional da Secretaria Estadual de Educação e apadrinhado do deputado estadual Edson Albertassi, senhor Vitor Ricardo de Azevedo Fonseca e esposa Patrícia Fonseca, ex-funcionária do Banco do Brasil.
Diante da gravidade das informações ouvimos Leandro Barbosa da Silva, Vitor Ricardo de Azevedo e Patrícia Fonseca.
Comerciante Leandro Barbosa FOTO confirma teor e autoria da carta

Em seu estabelecimento comercial no bairro das Oficinas Velhas, Leandro confirmou a autoria da carta informando que a mesma tinha sido encaminhada em fevereiro deste ano à Coordenadoria Regional da Secretaria de Estado de Educação, que na época funcionava no mesmo bairro e em instalação localizada ao lado do Cenp.
Na carta, Leandro conta, sem informar a data, que recebeu do então diretor do Cenp, Vitor Fonseca, uma proposta para fornecer produtos alimentícios para substituir refeições dos alunos sob a alegação de que o refeitório do colégio tinha sido interditado pela defesa civil. Leandro afirma que forneceu por vários meses os produtos requisitados pelo diretor do Cenp, que pagou a dívida cobrada emitindo cheques pré-datados no valor de R$ 8,1 mil do Banco Itaú, agência Barra do Piraí.
Segundo o comerciante conta em sua carta, próximo da data de vencimento do primeiro cheque, Vitor o procurou informando que devido a ordens superiores e mudança de conta do Itaú para o Banco do Brasil, todos os cheques emitidos teriam que ser trocados e que o comerciante deveria abrir uma conta no Banco do Brasil. Revela Leandro, que ao informar que já possuía esta conta na agencia do BB em Barra do Piraí, foi orientado pelo diretor do Cenp a abrir uma nova conta na agencia do BB em Vassouras, onde sua esposa Patrícia Fonseca, funcionária da referida agencia, teria facilidade, agilidade e rapidez na troca dos cheques pré-datados emitidos para quitar o débito com seu estabelecimento, podendo também aumentar o seu limite de crédito. “Ele me apresentou sua esposa em meu comércio e conversamos diversas vezes a respeito da troca de cheques, até mesmo no colégio. Ela estava ciente de todo o fornecimento e dívidas acumuladas pelo seu marido, pois o ajudava a controlar e administrar toda finança do colégio. Por este motivo acreditei que realmente iria receber, acreditei em tudo que me disseram (sic.)”, escreve o comerciante em sua carta.
Prosseguindo com o relato de Leandro na carta, num certo dia, através de um telefonema de Patrícia, ele foi informado que o cheque entregue a ela pelo seu marido, já estava liberado e que ele deveria se dirigir até a agencia do BB em Vassouras para receber a quantia acertada. “Então fui a agência em companhia de um amigo que por acaso presenciou toda a conversa com a Patrícia, que voltou a frisar que somente teria conseguido a troca no valor máximo de R$ 7,183 mil (sic.)”, afirma Leandro em seu relato. O comerciante prossegue argumentando que assinou os papéis sem ler e por causa disso não ficou sabendo que naquele momento estava contraindo um empréstimo junto a instituição financeira. “Não acreditando que de maneira nenhuma estaria sendo vítima de um golpe dentro desta agência. Não acreditando na possibilidade de uma funcionária colocar em risco sua carreira profissional em uma empresa idônea e tão renomada e muito menos em seu esposo, se tratando de um diretor de uma instituição de ensino. Não recebendo cartão e nem carta de extrato. Não tive acesso a minha conta, pois a distância entre as cidades não me permitia a qualquer momento ir a agencia (sic.)”, argumenta Leandro para justificar sua falta de informação sobre o empréstimo no BB, que afirma veementemente não ter contratado e que, só se deu por conta da transação quando começou a receber cartas de cobrança em seu endereço, quase um ano depois, já que, alega Leandro, algumas prestações tinham sido descontadas, também sem o seu conhecimento, de um saldo em dinheiro guardado como reserva para qualquer eventualidade.
Com as cartas de cobrança o comerciante seguiu até a agencia do BB em Vassouras, onde, segundo relatou, a funcionária Núbia informou que a Patrícia não se encontrava na agencia e que realmente existia um empréstimo em seu nome sendo cobrado. Na carta Leandro revela que buscou orientação de um advogado para abrir uma ação contra os envolvidos, e que no dia 25 de janeiro deste ano, também na agencia do BB em Vassouras, foi recebido pelos funcionários Glória e Adalberto, que pediram a ele que encaminhasse uma carta ao banco informando sua história, e que a funcionária Patrícia tinha pedido demissão.
Leandro informou que Patrícia Reis, da Superintendência da Secretaria de Estado de Educação, através de telefonema, requisitou seu depoimento no órgão estadual.

Vitor e Patrícia negam versão de Leandro
"Isso não é verdade! Vamos ouvir nosso advogado antes de qualquer declaração”, disseram-me Vitor e Patrícia em frente à residência do casal na Rua Major Ferraz, Centro de Barra do Piraí. Após esta declaração, Patrícia fez contato telefônico com o advogado Antônio Mauro Pimenta, que me passou a seguinte informação: “O teor da carta a gente já sabe que é inverídico. O problema é a divulgação desta carta na internet. Ingressamos com uma medida cautelar pedindo em juízo a identificação do responsável pelos e-mails enviados. Mediante isso tomaremos as medidas judiciais cabíveis”.
Vítor Fonseca ocupou o cargo de diretor do Cenp de dezembro de 2006 a dezembro de 2009, quando foi nomeado coordenador regional sendo exonerado do cargo no dia 30 de abril deste ano, segundo ele, por causa da transferência da coordenadoria de Barra do Piraí para Vassouras. Sua esposa, Patrícia Fonseca, pediu demissão no BB no início do ano, mais precisamente no dia 16 de janeiro, segundo suas informações, medida de praxe entre os funcionários com 25 anos de casa intencionados em pedir aposentadoria pela Previ-BB.
O Blog do Jeff Castro e o jornal O TASQUIM continuam abertos a todos e quaisquer esclarecimentos que os envolvidos tenham a intenção de fazer após a publicação desta matéria.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Zé Luiz e Bitu investigados pelo MP na compra de 3 semáforos pelo preço de 27 carros populares


A Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva – núcleo Barra do Piraí, instaurou Inquérito Civil Público nº 92/IIP/11 para investigar supostas irregularidades na contratação da empresa Trafit Indústria & Comércio Ltda, responsável pela instalação e venda de três conjuntos de semáforos, que custaram R$ 687.792,29 - o equivalente a 27 carros populares modelo Fiat Uno 2011 com preço unitário de mercado de R$ 24.624,00 - a Prefeitura de Barra do Piraí.
Em agosto o prefeito de Barra do Piraí, José Luiz Anchite, o Zé Luiz (PP), informou em seu programa na Rádio Barra do Piraí - AM, que não estava prestando contas sobre os valores dos semáforos pelo fato dos aparelhos terem sido comprados em caráter experimental pelo prazo de 30 dias. A mentira que o prefeito Zé Luiz tentou sustentar, mesmo ciente de que a publicação da compra dos semáforos no Boletim Municipal não abria qualquer espaço para contrato experimental na lei de licitações, retratava seu desespero com o vexame provocado pela incompetência na instalação dos semáforos que até hoje não funcionam revelando o descaso das autoridades barrenses com o dinheiro do povo jogado, literalmente, na lata do lixo.
Adquiridos e instalados em junho, os semáforos permanecem piscando de forma intermitente na luz amarela nas Palmeiras e Centro da cidade. Na saída da Ponte do Royal os semáforos desapareceram misteriosamente há cerca de um mês.
As suspeitas de superfaturamento recaem sobre o prefeito Zé Luiz, que assinou embaixo do "projeto" do secretário de Cidadania e Ordem Pública, Antônio Carlos Elias, o Bitu, que sequer consultou o Departamento Municipal de Trânsito para opinar sobre a “novidade”.
A promotora Renata Mendes Somesom Tauk, considerando, que as representações nºs 490/11 e 496/11, protocoladas por um cidadão e uma cidadã no MP, relatam que os três conjuntos de semáforos estariam inutilizados provocando caos urbano após suas instalações, e que a contratação da empresa se deu através de inexigibilidade de licitação, decidiu instaurar Inquérito Civil Público solicitando ao Tribunal de Contas do Estado do Rio o envio de todos os documentos relativos ao processo de compra dos semáforos realizado pela Prefeitura de Barra do Piraí, que terá 15 dias para explicar para onde foi levado o conjunto de semáforos instalados na saída da Ponte Irmãos Di Biase (Ponte do Royal) fornecendo cópias integrais do processo de compra 984/2011, bem como as notas de empenho e ordens de pagamento em favor da Tráfit Indústria e Comércio Ltda.
A Promotora de Justiça solicitou ao serviço de inteligência do Ministério Público - GATE (Grupo de Apoio Técnico Especializado) - a qualificação integral dos sócios da empresa e análise contábil da economicidade na compra dos semáforos pelo prefeito Zé Luiz e seu secretário de Ordem Pública Antônio Carlos Elias, o Bitu, que alegaram inexigibilidade de licitação na compra dos semáforos como se houvesse somente uma empresa no mundo com capacidade para fabricá-los e instalá-los.
O conjunto de semáforos da Ponte do Royal desapareceu de madrugada após provocar 30 dias de caos no trânsito em Barra do Piraí
Nas Palmeiras o conjunto de semáforos passa dias e noites piscando de forma intermitente na luz amarela
Também piscando de forma intermitente na luz amarela, o conjunto do Centro da cidade, à exemplo do conjunto instalado nas Palmeiras, vai terminar encontrando uma função neste final de ano. Os dois podem ser utilizados como árvores de natal.

domingo, 6 de novembro de 2011

Cinegrafista da Band atingido por tiro fatal durante operação policial em Antares, no Rio - comentário e opinião


Muito triste, um cinegrafista da Band morto em operação policial no Rio. Somos da imprensa, beleza, mas, como contestador eu preciso perguntar qual a relevância enxergada pelos editores nas cenas de tiroteios repetitivas em operações policiais realizadas no Rio e São Paulo? Do ponto de vista jornalístico, quase nenhuma, pois não há nada que não possa ser publicado, exibido na TV ou transmitido pelas ondas do rádio com total segurança e sem estar necessariamente na linha de frente da guerra urbana. A decisão dos editores busca satisfazer o desejo mórbido dos leitores, ouvintes e telespectadores atingindo os percentuais desejados na venda em bancas de jornal e na aferição dos índices de audiência dos institutos especializados. Então, é triste mas não se pode lamentar ossos do ofício. O cinegrafista, naquele momento, era muito mais do que um  profissional de imprensa, era parte na operação policial, um correspondente de guerra urbana na linha de frente e sem o material de segurança adequado para a posição no "combate". Estou sendo duro com a imprensa e não com o cinegrafista morto, que tenho certeza, amava sua profissão ao ponto de não conseguir perceber que era a principal peça na engrenagem de mais um reality show explorando o sensacionalismo, a barbárie e o risco de morte ao vivo e em cores nas zonas de guerra urbana carioca.


Mas, como eu disse, o gosto mórbido incentiva...